A Organização dos Estados Americanos (OEA), através de um órgão, denominado de Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura, está programando uma pesquisa sobre jovens e mulheres do campo.
O maior objetivo dessa pesquisa é identificar, em primeiro lugar, os motivos que contribuíram para inverter a realidade, outrora existente, quando a maioria dos jovens e mulheres vivia no campo. Hoje essa ordem está mudada e a parcela da população que não foi ainda para a área urbana, é a minoria.
O estudo deverá indicar as principais necessidades dos jovens e mulheres do campo e as formas de como incentivá-los para continuarem nesse meio. Os governantes devem conhecer melhor as demandas para a elaboração de políticas públicas para esses grupos que se apresentam vulneráveis.
Não é difícil admitir que tanto os jovens quanto as mulheres do campo, ou do meio rural, querem, devem e precisam ter acesso a lazer, educação, saúde, saneamento, cultura, tecnologia e segurança, o que se resume em qualidade de vida.
E dada a importância da classe rural, especialmente na função de produzir alimentos, essas pessoas têm que ser tratadas como merecem e valorizadas no seu trabalho e na sua condição humana.
O Censo Agropecuário que o IBGE está realizando e que em breve deverá ser concluído, mais a referida pesquisa que o Instituto Interamericano promoverá, deverão produzir um valioso material para análise e para base de futuras ações. Valerá muito pouco o discurso fácil de manter o jovem agricultor no meio rural, se não forem tomadas medidas de ordem prática e diferentes do que atualmente vemos, onde os governos, de quase todas as instâncias, pouco fazem para disponibilizar recursos e meios que atendam parte das demandas reiteradas. Internet precária, saúde distante, tecnologia e mesmo segurança muito aquém do necessário, são situações que desencorajam os que pensam fixar-se em atividades que não dão garantia de valorização.
Crédito Fundiário
No dia 11 deste mês foi publicado no Diário Oficial da União decreto aumentando limites relativos ao Crédito Fundiário, que é o financiamento destinado à aquisição de terras pelos agricultores.
O ato oficial do governo federal, antiga promessa e esperado desde maio do ano passado, eleva o teto do financiamento dos anteriores R$ 80 mil para R$ 140 mil, revisando também o limite da renda bruta familiar, de R$ 20 mil para R$ 40 mil, bem como o valor do patrimônio de R$ 40 mil para R$ 80 mil.
Certamente esta nova situação permitirá que o número de pretendentes ao crédito cresça substancialmente, ainda mais que as condições do financiamento, com prazos de 20 a 25 anos para pagamento e com juros variando de 2,5% a 5,0% são quesitos atrativos e facilitadores, desde que os mutuários se enquadrem e se habilitem, obedecidas as demais regras do programa.
O Crédito Fundiário está, de fato, paralisado há quatro anos, fazendo com que exista hoje um contingente de mais de dois mil processos no aguardo de recursos e das novas regras que devem ser regulamentadas. Há informações de que o governo possui recursos, na ordem de R$ 700 milhões para desenvolver o programa. Se a burocracia não atrapalhar, maior número de agricultores rurais poderá estar inserido em projetos de produção de alimentos.
Exportações do Agronegócio crescem 13%
O ano de 2017 registrou o segundo melhor desempenho da história brasileira em exportações do agronegócio, com crescimento de 13% em relação ao ano anterior. O complexo da soja destacou-se no volume de 96,01 bilhões de dólares, seguindo de carnes, especialmente de frango. Não fosse o caso da carne fraca os resultados poderiam ser ainda mais comemorados. Pena que o produtor não tem, nesses negócios, a fatia que lhe é devida.

