Na semana passada os implacáveis do Tety Schnorr e Xumby Theves ostentaram no facebook duas fotos históricas do mítico time de futebol de salão (hoje futsal) do Mini Craques. São imagens de 1977 e 1976, ano em que conquistamos o único título do “Campeonato da Praça”, lendário certame disputado na Praça Flores da Cunha nas noites de verão onde o povo arroio-meense se encontrava.
O Mini Craques foi um time idealizado pelo meu pai, Gilberto Jasper. Ele bolou o nome, criou o distintivo, comprou as camisetas, as meias e calções. Também mandou imprimir os números e disse:
– Agora vão e joguem. Se der pra ganhar, tudo bem!
Além de lembranças de uma época muito diferente, as fotos do time pousado estampavam a imagem de dois grandes e saudosos amigos: Sérgio “Tedila” Kunz e Clayton Schuh.
Falo à exaustão para os meus filhos sobre nuances que somente a idade nos ensina. Uma delas – talvez a principal – é saber que tudo passa: cargos, bons salários, posição social de destaque e outras conquistas. Somente os amigos, aqueles de verdade, são perenes porque estão presentes nos momentos mais complicados, onde parece que todos viram as costas.
Reminiscências e bons amigos estarão, sempre, no lado esquerdo do meu peito
Perder parceiros ao longo da jornada é uma faceta dolorosa da idade madura. Muitos partem cedo, deixando saudades recentes, momentos que ainda estão em nossa retina. Na adolescência se tem a impressão de que tudo será eterno: as festas, as confraternizações, os amigos que ficarão para sempre conosco e que a morte é um desvio distante de nossa realidade.
A Boate de Garagem é um ímã que atrai e congrega os “jovens há mais tempo” que partilharam ótimos momentos que parecem vivos a cada encontro. Com música “dos bons tempos” e recordações que remontam às décadas de 70/80 pode-se voltar no tempo.
Se para alguns parece “coisa de velho”, digo duas coisas. Primeiro, realmente… é coisa de velho, ou de muito velho. Em segundo lugar, todos vocês, hoje jovens, terão as mesmas sensações daqui alguns anos.
As fotos do Mini Craques, da Boate de Garagem, as imagens do Morro Gaúcho, do rio Taquari e o bairro Bela Vista estão indelevelmente marcados em mim. São parte da minha vida onde reminiscências e bons amigos estarão, sempre, no lado esquerdo do peito.
Ali onde os afetos, verdadeiros, puros e inesquecíveis, permanecem para sempre. Mesmo depois que partimos deste plano.

