Em Marques de Souza, a Lei do Piso deve estar em operação plena em 2019. O coordenador de Educação, Paulo Messias da Silva, encontrou no cumprimento do Plano do Conselho Estadual de Educação, a fórmula de não elevar custos. A solução está em diminuir o número de turmas aumentando o número de alunos, até o limite estabelecido em lei: 25 alunos para o 1º ano, 30 do 2º ao 4º e 35 do 5º ao 9º.
Até 2020 o turno integral deve ser estendido aos alunos do 1°, 2º e 3º ano, contemplando 85 crianças. Lembrando que no ano que vem a modalidade já será oferecida aos mais novos, do 1° e 2° ano. Além do reforço pedagógico, haverá teatro, música, educação física e pintura em aulas de até 45min. “Vai funcionar diariamente. O custo deve ser 30% superior ao do ensino regular. Estamos investindo R$ 300 mil na ampliação da estrutura, com a construção de três salas”, revela.
Já a tendência da modalidade ser estendida a todo Ensino Fundamental e talvez obrigatória, é vista como desafiadora para o professor que tem mais de 40 anos de carreira no Estado. “Nosso município é pobre. Infelizmente os projetos aprovados no Congresso Nacional são incompatíveis com a prática. Elevar ainda mais o custo da educação municipal vai diminuir investimentos em outros setores básicos. O Estado nos dá cada vez mais deveres e as famílias estão mais distantes. Só não está se dando banho nas crianças. Paralelamente é necessário ter uma gama de profissionais comprometidos, que no entanto, se desvalorizados, dificultam o ingresso de novos interessados na carreira do ensino, a não ser profissionais frustrados de outras áreas. O interesse em valorizar é menor e a necessidade de educadores é cada vez maior […] se nada for feito, o ambiente da sala de aula perderá sua característica de estimular o raciocínio e engrandecer o conhecimento. Professores estão virando cuidadores para suprir uma necessidade das famílias na parte social e afetiva da educação. Por isso cada vez mais se vê crianças com atendimento no psicólogo, psicopedagogos, fonoaudiólogos, casos de agressões entre alunos e contra professores. Os pais estão cada vez mais distantes. As crianças podem vir a perder sua identidade com a família, que deveria ser a célula formadora de caráter”.
Como forma de qualificar o ensino, o município tem estendido o uso do laboratório de informática a todas as disciplinas, considerando a desatualização dos livros enquanto ferramenta de aprendizado, em alguns conteúdos. Já o uso do smartphone é proibido, em decorrência do apelo de consumo e dos pais em assembleia.