Quando o Conselho Estadual do Leite projeta mais uma possível queda nos preços pagos ao produtor, referentes ao mês de dezembro, é inegável que a situação dos agricultores torna-se cada vez mais insustentável.
O preço de referência deve ficar em torno de R$ 1,05 por litro, bem abaixo do que seria o razoável para o produtor poder cobrir os custos de produção.
Na reunião da Comissão Estadual do Leite da Fetag-RS, ocorrida na semana passada, foi elaborado um documento, encaminhado para os órgãos governamentais, sendo os principais pontos a concessão de um rebate nos valores dos financiamentos contraídos, além do controle ou limite dos volumes de leite em pó importados do Uruguai e Argentina, principalmente.
A crise foi repercutida na sessão da Câmara de Vereadores, na quarta-feira, através de fortes manifestações dos vereadores Darci Hergessel, Roque Haas, Paulo Grassi, dentre outros, comentando a preocupação com o setor. Chamou a atenção um raciocínio colocado, dando conta de que nenhuma atividade econômica tem hoje um custo financeiro tão elevado quanto o produtor rural. E não é difícil entender esse cálculo, quando tomamos por base o preço do leite praticado em 2016, quando se aproximava de R$ 1,70 pelo litro.
Se naquele momento o agricultor buscasse um financiamento, convertendo o valor obtido em litros de leite, com certeza ele precisaria, neste momento, uma quantidade de produto, no mínimo 40% maior. Ou seja, ele estaria agora com uma taxa de juros nesse percentual, o que pode ser considerado um absurdo.
É mais ou menos um consenso de que antes de março ou abril, não ocorrerá nenhuma melhora para o produtor de leite e até lá certamente teremos milhares de agricultores abandonando a atividade no nosso Estado.
Representante gaúcho no Ministério da Agricultura
Está confirmado o nome de um ex-prefeito do município de Rio Pardo, Fernando Henrique Kohlmann Schwanke, engenheiro florestal, na função de Secretário Nacional da Agricultura Familiar, Cooperativismo e Associativismo, que é um Órgão do Ministério da Agricultura.
Essa secretaria terá igualmente atribuições nas áreas da assistência técnica e extensão rural, bem como a responsabilidade pelo crédito fundiário.
Não saberia avaliar se o fato de termos alguém identificado com o Rio Grande do Sul possa trazer benefícios ou influências, no objetivo de minimizar os problemas que a agricultura familiar está a enfrentar.
Poderá sim, facilitar os contatos e os acessos e assim, pelo menos, escutar os clamores de quem virá a buscar apoios.
Frustrações
Acabam ciclos administrativos no Estado e na União e muitos projetos ficarão na lembrança. Onde estão os convênios de obras de asfaltos assinados em plena campanha eleitoral? Arroio do Meio a Travesseiro, por exemplo! A Lei Municipal nº 3.682, de 17 de maio de 2018, autorizava o governo municipal a firmar convênio com o Estado e assumir a parcela de 20% da obra, correspondente a R$ 660 mil. Os moradores, as comunidades, não podem esquecer tão cedo mais esse calote eleitoral. Pois o governador não podia assinar um compromisso se não tinha recursos reservados.