No mercado há 22 anos, a Júlia Indústria de Calçados Ltda produz para o mercado interno e para exportação. Com 140 empregados em Arroio do Meio e mais 65 terceirizados em Capitão, a empresa alcança o número de 1,2 mil pares de calçados por dia, entre botas de cano curto, médio e longo para o público feminino e sapatos que vão do estilo social ao casual, para o masculino.
Conforme o diretor, Paulo Weizenmann, a empresa atua com 90% dos produtos destinados à exportação e 10% para o público brasileiro. “O mercado interno deu uma segurada. As pessoas estão comprando menos e estão mais cautelosas, então acabei invertendo essa situação. Antes, exportava muito forte para Estados Unidos, além de Polônia, Argentina e Chile. Hoje, reduzi bastante para o Estados Unidos e estou focando mais no Chile”, explica. Em um ano, Weizenmann aumentou o quadro de funcionários com cerca de 50 contratações.
Economicamente, o empresário avalia 2019 como um ano de adaptações e diz que é necessário aguardar pelas decisões que o Governo Federal precisa tomar a partir de pautas como a reforma da Previdência. “Eu vejo que as coisas vão começar a mudar. Neste ano as mudanças serão lentas mas, a partir de 2020, vejo um crescimento maior. Temos de acreditar que seja assim”, estima.
As reformas da Previdência e Tributária são primordiais na visão do empresário. “Hoje o que mais impacta, em termos de custo para o Brasil, são essas incertezas jurídicas e estruturais e a questão do funcionalismo público, que representa um peso muito grande para o Estado e para a União. Penso que temos de partir para as privatizações, ficar apenas com segurança, saúde e focar no ensino básico”, diz Weizenmann, salientando que investir nas crianças é investir no futuro.
Avaliação de governo
O empresário faz uma avaliação sobre como vê os governos atuais em âmbito federal, estadual e municipal. Para ele, Jair Bolsonaro precisa corresponder à toda a credibilidade que teve nas urnas. “Mas, na minha expectativa, estou acreditando que as coisas vão melhorar”, acrescenta.
Em âmbito estadual, Weizenmann reconhece que Eduardo Leite tem buscado fazer mudanças. “Nosso estado tem um déficit muito grande. A máquina humana, principalmente, na questão de funcionalismo público, está muito pesada. Ele está tentando reduzir, privatizar algumas empresas, para chegarmos num equilíbrio”, explica. O empresário lembra que isso será cobrado pelo Governo Federal, do qual o Estado depende em muitos quesitos. “Acredito que também vai ser um ano de decisões e iremos pelo caminho certo aqui”, completa.
Weizenmann elogia a administração de Arroio do Meio e diz que Klaus Werner Schnack tem feito um bom trabalho. Segundo ele, o município é elogiado, inclusive, nas cidades vizinhas por estimular a indústria, oferecendo mais vagas de trabalho e por seu planejamento. “O município pretende investir bastante na questão da infraestrutura, que é muito importante. Os bairros estão começando a crescer também e isso é promissor. Isso faz com que haja um desenvolvimento bem grande. Então, acho que Arroio do Meio está no caminho certo e que as coisas estão fluindo bem”, conclui.
Foco no material humano
Questionado sobre as suas projeções para a empresa, Weizenmann afirma que seu objetivo é manter a empresa sólida no porte em que está. Os investimentos mais recentes envolveram a modernização de máquinas e o bem-estar dos funcionários. “A gente quer solidificar mais a empresa e transformá-la num bom ambiente de trabalho, onde todos se sintam bem. O foco é manter a produção e, com a rentabilidade dela, investir mais no material humano e em maquinário”, finaliza.