Entre a tarde de terça-feira e a tarde de quarta-feira, desta semana, grande parte do distrito de Forqueta ficou sem abastecimento de energia elétrica. Segundo manifestações de moradores e consumidores, o fato gerou grande indignação, demonstrando, mais uma vez, a situação de vulnerabilidade e desamparo a que os usuários de serviços essenciais estão submetidos frequentemente.
A gente precisa se solidarizar com os empresários, com a Escola da sede do Distrito, com a Escola Infantil, com os produtores de leite, de suínos e de frangos, com a Associação de Água, que também teve o seu sistema de bombeamento afetado pelo longo tempo sem energia.
Dentre muitos desabafos de desapontamento, me chamou a atenção a observação de um morador que fez referência a uma recente mobilização de órgãos regionais que tiveram uma audiência no Procon, em Porto Alegre, quando, segundo o noticiado na época, teriam ocorrido posições capazes de melhorar o quadro até então enfrentado. “Pelo que agora novamente tivemos que passar, aquele badalado encontro parece ter sido mais um ato de politicagem do que uma intenção de buscar soluções. Pois a impressão que se tem agora, o descaso demonstrado pela concessionária nesta semana é ainda maior, considerando o tempo que levou para restaurar a energia”.
Acho que estão com razão todos os que tiveram algum tipo de prejuízo ao cobrar, seja do Procon, seja das autoridades, uma atitude e uma ação que tenha o objetivo de punir, exemplarmente, quem não cumpre o seu papel e que presta um serviço insatisfatório.
QUEIJOS ARTESANAIS
Apesar de Brasília dar a impressão de ser um permanente palco de teatro, de dramas ou tramas diários, de vez em quando surgem informações boas, como é esta decisão da Câmara dos Deputados e, nesta semana, do Senado, que aprovaram um Projeto de Lei, autorizando a produção e comercialização de Queijo Artesanal.
O novo regramento deverá permitir que o produtor utilize o leite cru, sem necessidade de passar pelo processo de pasteurização para produzir o queijo, com a comercialização liberada para todas as regiões do País.
E nada mais justo e correto do que impor alguns requisitos para a garantia de as ditas queijarias produzirem um alimento de qualidade. Neste sentido, elas terão que ter um certificado de livre de tuberculose e brucelose. Elas precisam se submeter a um processo de boas práticas, com controle de mastite, controle da qualidade da água utilizada no procedimento de produção.
Com a interminável crise do leite, ainda mais com a vigência das Instruções Normativas, nº 76 e 77, a partir deste mês, surge uma atividade alternativa para o produtor poder agregar um pouco mais valor ao seu produto. Não saberia avaliar se na nossa região haveria uma repercussão mais acentuada desta iniciativa do Congresso Nacional e do Governo Federal, mas penso que se o País importa queijos de fornecedores externos, de qualidade não sabida, é possível valorizar um produto nacional, perfeitamente aceitável, dando uma oportunidade para pequenos estabelecimentos que certamente saberão corresponder ao que o mercado e o consumidor desejam encontrar.