O tamanho, a imponência, a importância, o prestigiamento, a concentração de interesses, as novidades, a discussão de pautas fundamentais para a agropecuária gaúcha e brasileira, convergem praticamente todos os olhares de quem pensa, nesta semana, no setor da produção primária.
Mesmo que na semana anterior já tenha ocupado a maior parte deste espaço falando das expectativas desse grandioso evento, que é a Expointer, as informações que dizem respeito ao mesmo são, efetivamente, objeto de destaque para os produtores, para os profissionais que atuam na área, para as agroindústrias, para os que se ocupam em criar inovações tecnológicas e para os que se ousam preservar as tradições de lidar com criação de animais, desde os de grande porte, como os menores, entre cavalos, bovinos, ovelhas, caprinos e aves, etc.
Os recordes de público visitante, já nos dois primeiros dias da Feira, quando, segundo os responsáveis pelos espaços, pela primeira vez na história das 42 edições, os locais dos estacionamentos foram superlotados, é um sinal da possível consagração como sendo a maior Exposição já realizada no Estado. É também um sinal de que o agronegócio está animado e otimista. Os empreendedores apostam em crescimento nos diferentes setores. Há uma crença no desenvolvimento. Existe um ar renovado.
É claro que nem tudo são flores, não é um mar de rosas. Aconteceram várias cobranças dos governantes, tanto do Estado, como da União. Os diversos segmentos e entidades classistas aproveitaram a presença da ministra da Agricultura para apresentarem as suas reivindicações, demonstrando insatisfações como é o caso do setor leiteiro, da necessidade de renegociação das dívidas dos produtores, dentre outras questões fundamentais.
POSSÍVEL RECORDE
O Parque Assis Brasil de Esteio foi o cenário para um anúncio otimista pela Ascar-Emater, sobre a próxima safra agrícola, de verão, estimando uma colheita recorde de grãos. Pois, segundo previsões, as culturas de milho, soja, arroz, feijão, juntas deverão obter um crescimento de 5,67% em relação à safra passada. Com essa evolução, o Estado passará de 31,4 milhões de toneladas para 33,2 milhões de toneladas.
A cultura que mais deverá contribuir para o crescimento é a soja, com 1,2 milhões de tonadas a mais, atingindo a mesma 19,7 milhões de toneladas. Serão em torno de seis milhões de hectares de terra ocupados com a soja.
O Secretário Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural diz que, se o clima colaborar, o Rio Grande do Sul deverá ter a maior safra de sua história.
CRISE DO LEITE
Todos os setores da cadeira de produção de leite estão unindo seus clamores em busca da viabilidade da atividade. A remuneração do produto, o ganho do produtor contradiz, por exemplo, a produtividade demonstrada na Expointer, onde uma vaca alcançou a marca extraordinária de 80,11 litros de leite em três ordenhas. Tecnologia existe, faltam incentivos, programas e organização da atividade.