É fundamental atentar-se para uma alimentação saudável e quando o assunto são as crianças, ingerir mais frutas, verduras e evitar alimentos ultraprocessados como os refrigerantes e os doces em geral evitam o sobrepeso e a obesidade. Para reduzir os índices destes problemas na idade adulta, um dos focos de prevenção também está na infância. Conforme a nutricionista especialista em Saúde da Família, Danieli Hergesell, a formação dos hábitos alimentares é um processo longo e complexo, que tem início ainda na barriga da mãe e se estende nos primeiros anos de vida.
O leite materno é o alimento mais natural e completo para o bebê até os seis meses de idade, não sendo necessário oferecer água nem chá neste período. A percepção de sabores no leite materno é uma das primeiras experiências sensoriais do bebê, desta forma, a mãe se alimentando de forma saudável e variada pode facilitar a introdução alimentar posteriormente. Além de seus inúmeros benefícios, o leite materno pode reduzir até 25% o risco de obesidade infantil. Já o desmame precoce e a introdução complementar de alimentos inapropriados influenciam diretamente no excesso de peso.
“Para que as crianças tenham uma alimentação adequada e saudável, os pais têm papel fundamental nas escolhas alimentares e precisam dar o exemplo”, explica Danieli, frisando que as crianças se espelham naquilo que os pais costumam fazer.
Muitas vezes o comportamento dos pais perante os alimentos tem uma influência negativa nos filhos. “Por exemplo, quando obrigam a criança a comer todo o conteúdo do prato, dizendo: se não comer tudo, não pode assistir televisão. Ou ainda, quando alimentos não saudáveis são oferecidos como recompensa: você comeu toda salada, então vai ganhar sobremesa”, alerta a nutricionista. Estas atitudes fazem a criança desenvolver uma relação ruim com os alimentos e prejudicam a capacidade de autocontrole sobre a ingestão alimentar.
É preciso reeducar
A reeducação alimentar deve priorizar um bom relacionamento da pessoa com os alimentos. Segundo Danieli, é possível comer todos os grupos alimentares com equilíbrio e atenção. A seguir, ela lista algumas dicas, que também estão no Guia Alimentar para a População Brasileira, que servem para crianças e adultos:
– Faça dos alimentos in natura ou minimamente processados (frutas, verduras, legumes, oleaginosas, ovos, carnes e leite) a base de sua alimentação.
– Limite o consumo de alimentos processados que são produtos fabricados com a adição de sal, açúcar ou óleo o que os torna desequilibrados nutricionalmente (enlatados, conservas, extratos, frutas em calda…).
– Evite os alimentos ultraprocessados, pois são formulações industriais feitas tipicamente com cinco ou mais ingredientes e, em geral, são pobres nutricionalmente, ricos em açúcar, gorduras trans, sal e aditivos químicos, com sabor realçado e maior prazo de validade (bolachas recheadas, salgadinhos de pacote, sorvete, refrigerantes, produtos de preparo “instantâneo”…).
– Priorize a qualidade do alimento e não a quantidade. Planeje suas refeições e desenvolva suas habilidades culinárias.
– Seja gentil com você, respeite os sinais que seu corpo dá, resgate o prazer em alimentar-se bem e foque na sua saúde.