A Vale Log, instalada em Arroio do Meio, sediou nos dias 26 e 27, o VI Seminário Gaúcho de Transporte Cooperativo. As atividades iniciaram na quinta-feira com reuniões com associados e exposição de veículos de carga e de cooperativas no pátio da Vale Log, seguidas de jantar. Na sexta-feira a programação se estendeu durante todo o dia, na Acisam. Entre os atrativos, a palestra Intercooperação no Setor de Transportes, com José Luiz Tejon e a palestra Cooperativismo do século 21: Avanços, desafios e perspectivas, com Tiago Barrose, seguida por almoço.
Promovido pela Rede Transporte Central de Negócios, Sistema Ocergs/Sescoop-RS e Somos Coop, o VI Seminário Gaúcho de Transporte Cooperativo continuou à tarde com a apresentação de Cases de sucesso e inovação com as cooperativas, Dália, Sicredi Região dos Vales e Cooperlate. Mais tarde, foi a vez de Diego Alex Gazaro dos Santos falar sobre inovação e tecnologia nas organizações.
Diego mostrou pesquisas apontando que 28% dos líderes empresariais mundiais consideram que a velocidade das mudanças tecnológicas é uma ameaça para o crescimento dos negócios em 2019. Nesse sentido, questionou os presentes a respeito dessa informação, perguntando-os se as mudanças tecnológicas são realmente uma ameaça às cooperativas. “Elas podem ser tanto uma ameaça como uma oportunidade, depende de como vamos encarar isso”, enfatiza.
Salientou que clientes não compram produtos e sim soluções para seus problemas e citou ainda alguns mitos sobre a inovação, entre eles: inovar é muito caro; inovar é só para os grandes; inovação ‘bagunça’ a empresa; inovação só é relevante para alguns poucos setores. Em contrapartida, apontou as vantagens da prática de inovar enfatizando maior eficiência e produtividade, redução de custos, aumento da lucratividade, diferenciação e competitividade, colaboradores comprometidos, clientes mais satisfeitos e, a última delas, empresas que inovam crescem mais do que as que não o fazem.
Abordou ainda as dificuldades das corporações em inovar-se, enfatizando a cultura organizacional, a aversão ao risco, a acomodação, a falta de informação e de capacidade gerencial, a demanda por retorno em curto prazo e a falta de profissionalização na gestão, como os principais entraves. “As organizações precisam fazer um esforço de assimilar as inovações vindas de fora”, salientou.
Antecedendo a palestra de Diego, falou o presidente da Cooperlate, Leandro Soccol. A cooperlate está dividida em cinco ramos de negócios: grãos, agropecuária, leite, ração e supermercado. Demonstrou em números o crescimento da instituição que atua em nove municípios e em 2015 possuía 525 associados. Hoje totaliza 729 agregados. Citou a intercooperação como uma forte ferramenta para o crescimento. “Entre as cooperativas está a Dália, para a qual emprestamos grãos no período da safra. Nesse momento a Dália está devolvendo estes grãos. É uma parceria de confiança, forte e muito sólida”, enfatizou.
O presidente da Rede e da Vale Log, Adelar Steffler, complementou a fala dizendo que as cooperativas devem se tornar parceiras e não concorrentes. Falou que não é preciso viajar para fora do país para conhecer bons exemplos. “Temos que investir e acreditar nas pessoas. Qualificação é uma coisa que eu brigo dentro da Vale Log”, ressaltou.
Na mesma linha de pensamento o presidente do Sicredi, Ricardo Cé considera que as cooperativas não devem estar pautadas em serem a maior ou a melhor, mas sim em serem instituições voltadas ao associado e ao desenvolvimento regional.
O presidente do Conselho de Administração da Dália Alimentos, Gilberto Antônio Piccinini, reforçou a importância do intercooperação, citando que a Cooperativa Dália Alimentos mantém e adotou esse sistema de trabalho há anos, mantendo parcerias para viabilizar as indústrias, a logística, a mão de obra, os custos, entre outros aspectos, com 14 cooperativas, entre elas: a Vale Log, o Sicredi, Languiru e Santa Clara e outras. Piccinini também apresentou números referentes à Dália, que tem sua sede/matriz em Encantado e unidades em Arroio do Meio, com atuação no ramo de suínos, lácteos e futuramente aves, sendo mais de 3,2 mil famílias associadas, 2,2 mil funcionários empregados e atuação em 130 municípios do Estado.