Ser bairrista é quase uma redundância em termos de Rio Grande do Sul. Se gabar do berço ou da terra onde vivemos constitui a alma rio-grandense.
Sou assumidamente “exibido” – como se dizia no bairro Bela Vista – sempre que “enticam” com meu sotaque carregado nos “erres”. Igual orgulho tenho do Vale do Taquari onde a mistura de raças forjou uma parte do Estado onde a união é uma marca registrada.
Esta característica, porém, tem sido ofuscada por vários fatores, o mais incidente talvez seja a vaidade que impede o fortalecimento dos laços que unem a nossa gente. Isso se verifica no campo político onde o Vale perdeu – e muito! – em termos de representatividade.
Trabalho na Assembleia Legislativa e posso vislumbrar o complexo mosaico que forma o Rio Grande. Temos regiões economicamente atrasadas por causa da matriz econômica defasada, pela falta de diversificação ou pela sucessão de crises.
Outras zonas, no entanto, compreenderam as mudanças no país e no mundo, empreenderam esforços conjuntos e promoveram iniciativas que geraram milhares de empregos. A Serra detém um potencial turístico que virou um “case” internacional e não foi fruto do acaso.
Já escrevi aqui inúmeras vezes sobre os
atrativos turísticos de Arroio do Meio.
Trabalhava no jornal Zero Hora, em Porto Alegre, quando fui destacado para fazer uma reportagem sobre o “boom” turístico da região. Descobri que todos os municípios mantinham um sem número de festas, comemorações religiosas e festivais. Mas a colisão de datas e eventos enfraquecia todas as promoções.
Ciente do potencial mal aproveitado algumas lideranças sentaram-se à mesa, abriram mão de alguns privilégios e coletivamente elaboraram um calendário único. O resultado é consagrador mediante atividade de turismo de negócios, de exploração da natureza privilegiada, de gastronomia variada, sem falar da uva, do vinho, dos queijos, da maçã e de tantos outros produtos.
Já escrevi aqui inúmeras vezes sobre os atrativos turísticos de Arroio do Meio. Os moradores sabem do que falo, mas vejo que talvez tenhamos que despertar para explorar todo este potencial que o nosso Vale do Taquari possui. A variedade de encantamentos é rica. Temos um trem regional, caminhadas e iniciativas diferenciais que devem ser potencializados para gerar oportunidades e novas alternativas de desenvolvimento.
Unir a região, perfilar lideranças, eleger prioridades e trabalhar pela convergência talvez seja a fórmula para deslanchar o Vale do Taquari para que voltemos a subir no ranking das regiões desenvolvidas. Falta muito pouco!

