Diante de um cenário ainda incerto, a Girando Sol, de Arroio do Meio, segue seu projeto de expansão, iniciado ainda em 2019, com previsão de término para 2021. A segunda fase da expansão está em fase de conclusão e, para o início do segundo semestre, deve ser iniciada a torre de sabão em pó. O diretor Gilmar Borscheid acredita que, para se manter “viva”, a empresa precisa estar sempre atualizada, atenta aos novos hábitos do consumidor. O projeto de expansão, que deve totalizar um aporte aproximado de R$ 40 milhões, foi projetado em 2018 e inclui várias etapas, que vai desde o desenvolvimento da marca, passando por novos equipamentos e culminando com lançamentos no ano que vem.
O investimento segue dentro do cronograma previsto. No entanto, Borscheid revela que está de olho no cenário, especialmente em função da pandemia. Para o decorrer do ano, ele acredita na manutenção do faturamento, com projeção de crescimento. Considerada como serviço essencial, a indústria segue trabalhando, respeitando os protocolos exigidos. A produtividade, revela Gilmar, não é a mesma, em virtude de ter pessoas em home office e outros afastados por serem do grupo de risco.
A demanda por desinfetantes, água sanitária, detergente de louça e sabão em barra, tem aumentado. São produtos que passaram a ser mais utilizados no dia a dia, como prevenção ao novo coronavírus. O sabão em pó também tem tido boa saída, assim como o amaciante tradicional, que está em nova embalagem.
Uma das preocupações do empreendedor, e de uma boa parcela de empresários, é a questão cambial, o que impacta no custo de produção. Muitos dos fornecedores da Girando Sol têm suas matérias-primas cotadas em dólar, interferindo no preço do produto fornecido. Gilmar diz saber que, de alguma maneira, a indústria será afetada, seja pelo coronavírus, pela questão cambial ou pela matéria-prima. No entanto, continua otimista. Afirma que é preciso manter a esperança e prevê que será necessário trabalhar mais para alcançar os mesmos resultados.
Em âmbito geral, aponta que, enquanto a questão cambial afeta as indústrias, as medidas de isolamento afetam fortemente o comércio, que ficou praticamente 60 dias fechado. Isto, dimensiona o empresário, deve influenciar muito na economia do Estado, com a perda de postos de trabalho. Por outro lado, afirma que oportunidades também vão surgir e que o comércio terá de se reinventar, lembrando que, embora as vendas por internet cresçam, o varejo tradicional sempre terá mercado. “Novos hábitos vão surgir. O cliente vai se comportar diferente, gerando uma ação no mercado, que terá de se adequar”, frisa, observando que cada empreendedor terá de analisar o comportamento do seu cliente.