O distanciamento social tem mudado a cara das folgas, fins de semana, feriados e reuniões familiares, como na Páscoa e agora também no Dias das Mães. Um dos setores que mais sofre impactos e tem inspirado cuidados redobrados durante a pandemia de covid-19, é o de casas geriátricas. A mudança na rotina dessas instituições afeta diretamente o relacionamento de pais e filhos.
Em Arroio do Meio, tanto o Lar do Idoso Bom Pastor (Amai), situado no bairro Medianeira, como o Jardim da Barra, estabelecido na Barra do Forqueta, estão seguindo normas de segurança sanitária rígidas para preservar a saúde dos internos e funcionários.
O sócio-proprietário do Jardim da Barra, Márcio André Cazotti revela que a instituição já havia adotado medidas restritivas antes dos decretos, acompanhando tendências mundiais no segmento. “Conversamos com os familiares e explicamos a situação, e todos compreenderam a gravidade do momento”, afirma.
Na instituição só está autorizada a entrada de pessoas capacitadas e de profissionais da saúde. Todos quando ingressam no ambiente passam por higienização dentro das normas sanitárias, dentre outras medidas como uso de álcool gel, sempre quando possível e necessário. “Até eu fui proibido de entrar. Entendemos que idosos são os mais sensíveis do grupo de risco, pois a maioria tem muitas debilitações”, revela.
O mesmo cuidado também é adotado com o fornecimento dos insumos, alimentos e materiais que suprem a casa. Também são feitas orientações aos funcionários, para que tomem o máximo de cuidado possível na vida pessoal, evitando aglomerações e ambientes vulneráveis fora da casa de passagem.
Para amenizar a falta do afeto presencial, a instituição tem viabilizado encontros com os familiares do lado de fora da cerca, numa distância segura com quem está dentro do pátio, além da utilização de recursos tecnológicos como as teleconferências, que proporciona a interação com todos os entes da família. Segundo Cazotti, a tecnologia tem proporcionado momentos emocionantes aos cinco internos da casa.
No Lar de Idosos Bom Pastor (Amai) a situação não é diferente. De acordo com a gerente Renilda Weizenmann, inicialmente a direção até cogitou em “relaxar” medidas. A ideia era abrir visitações em formato de rodízio de pequenos grupos familiares durante o fim de semana do Dia das Mães, mas em circunstância dos novos enquadramentos da região num potencial de risco de contágio, a casa vai manter o distanciamento.
A Amai proibiu a visitação a seus 29 internos em 16 de março. “Os familiares estão muito preocupados. Todos compreenderam a importância do isolamento. Também adotamos uma modalidade de visitação externa, dentro de um distanciamento seguro. Dividimos os idosos em grupos para que interajam com os familiares da sombra do pátio, pela cerca. As raras saídas de idosos estão tendo uma cautela rigorosa no que tange à segurança sanitária”, revela.
Além das normativas sanitárias internas, todos os 29 funcionários foram preparados para ter uma rotina extremamente segura fora da instituição. Também são tomados os mesmos cuidados com fornecedores e profissionais que fazem a manutenção interna.
A instituição que tinha como tradição realizar programações entre internos, familiares e entidades parceiras, neste ano, também está recorrendo às redes sociais para amenizar as saudades. No grupo da família, além de postagens das atividades internas e interação, alguns momentos marcantes, como o anúncio do nascimento de netinhos.
