Em Marques de Souza, de acordo com o coordenador de Educação, Paulo Eurico Messias da Silva, durante o isolamento social em decorrência da pademia da covid-19, foram concedidas férias para professores, monitores, funcionários e motoristas, que as tinham vencidas. Profissionais do grupo de risco estão trabalhando de casa. No momento as equipes docentes da Etapa Creche, Educação Infantil e do Ensino Fundamental, estão organizando a programação do retorno das aulas e elaboração dos conteúdos que contemplam, inclusive, o turno inverso.
Segundo Messias, o excesso de informações e incertezas, inclusive da classe médica, e situações locais, levaram o município a não aderir ao ensino a distância. “Estamos lidando com algo novo. Só o tempo vai dizer o que está certo ou errado. Assim como acatamos ideias, temos as nossas. Entendemos que era o momento das famílias cumprirem seu papel. Sabe-se de muitos filhos ajudando nas tarefas de casa. Apesar da importância do aprendizado e convivência, os pais estão cientes de que não é uma situação exclusivamente local, e que o mais importante é estar vivo. Temos experiências de greves, como a dos 100 dias. Temos a noção de que o aprendizado presencial é muito mais qualificado. No ensino a distância se faz de conta que se ensina e se aprende”.
Como o município integra a plataforma de ensino Aprende Brasil, sistema presente em vários locais do país, não existe uma preocupação excessiva com as etapas pós-pandemia, pois há um entendimento de que as soluções contarão com orientações pedagógicas mais globalizadas.
O sinal de alerta para medidas mais contundentes da Administração está programado para agosto. O prefeito Edmilson Amauri Dörr, o Brida, revela que, com cinco meses ainda disponíveis, é possível o aproveitamento dos horários do turno inverso pela grade normal de ensino, já que 70% dos alunos já frequentava o contraturno. “Se o ensino a distância vale, o ensino presencial no contraturno também deverá valer. Haverá possibilidades de um acompanhamento muito mais qualificado que a distância. Tenho um filho em idade escolar, e apesar de ter computador e internet, minha esposa e eu temos responsabilidades profissionais e teríamos dificuldades na didática de ensino. Isso se aplica a maioria das famílias do município, e vale lembrar que muitos pais trabalham em outros municípios ou não têm acesso às telecomunicações e computador, ou têm ainda mais que um filho. Não há necessidade de causar um estresse antecipado”, compara.
Enquanto isso, a Administração executa melhorias nos ambientes de ensino que, numa rotina normal, são difíceis de serem executadas. Na Etapa Creche oferecida na Escola Brilho de Infância, são projetadas melhorias na estrutura existente, além da ocupação dos quatro terrenos adquiridos no início da gestão. A obra contempla cercamento com pevecerca, implantação de pátio frontal, rótula de acesso e área de embarque e desembarque de ônibus e veículos, acesso principal com pisante, pisos e calçadas, e transformação dos solares (inutilizados no inverno) em salas de aula. O investimento é orçado em R$ 70 mil.
No complexo onde estão situadas as escolas de Educação Infantil, Pequenos Passos e de Ensino Fundamental, Carlos Gomes e está sediada a Secretaria de Educação, a intervenção física é ainda mais contundente. Segundo Dörr havia um subaproveitamento da estrutura física, ambientes, equipamentos e materiais. Como exemplo cita salas que eram usadas como depósitos, falta de organização e dificuldade de locomoção e excesso de espaços corporativos para uso dos profissionais da educação. “Os alunos eram quase que amontoados e escondidos”, observa. Brida avalia que o ‘mal uso’ do complexo escolar e infraesturutra podem ter efeitos colaterais de um superaparelhamento da época em que a educação teve que absorver 25% dos recursos do pedágio, sem ações de planejamento estratégico e organizacional.
O gestor de educação Fracciesco Disconzi coordena a reorganização, adequação e modernização dos ambientes, que já estavam previstas quando foi anunciada a ampliação do contraturno. A previsão é de que as melhorias sejam concluídas em cinco etapas. A meta é tornar a estrutura escolar mais eficiente, econômica, confortável, organizada e moderna, para estimular e potencializar os processos de aprendizado. As obras também contemplam a revitalização da parte externa e cercamento.
Em Masques de Souza, a rede municipal conta com 320 alunos e 45 profissionais (professores, monitores, serventes, cozinheiras, motoristas, estagiárias e equipe de gestão).