Lançado na página oficial de Arroio do Meio no Facebook (@arroiodomeiooficial), no último fim de semana, o vídeo produzido pela Orquestra Municipal, com 25 integrantes tocando os instrumentos nas próprias casas, mas unidos pela rede, já ultrapassou as 10 mil visualizações. O professor e coordenador do grupo, Cristiano Leonhardt, lembra que a ideia surgiu após ver o vídeo feito por integrantes da Companhia do Sax – um grupo de saxofonistas independentes que fazem aula juntos. “Eles fizeram um vídeo, com cada um tocando em casa, então lancei a ideia na nossa orquestra, todos gostaram da proposta e começou o processo”, relata.
Cristiano explica que, sempre no começo do ano, a orquestra planeja seu repertório do período todo, mas com a pandemia, o grupo precisou adaptar-se, pois há músicas que são mais desafiantes para ensaiar em casa. “A mensagem que queremos deixar é que, apesar de todos estarmos preocupados com saúde e para que as coisas fiquem bem, a música pode servir de alento, servir para nos distrair, nos alegrar. Aliás, a arte em si, música, dança, cinema (seriados e filmes) e artes visuais têm sido de extrema importância para o equilíbrio das pessoas”.
Para produzir o vídeo da orquestra, os músicos receberam um áudio guia, com as orientações para tocarem no mesmo tempo, ou seja, na mesma velocidade e andamento. Jean Carlo Hansen, 47, Analista de sistemas e professor, saxofonista do grupo, foi o responsável pela parte técnica, como a edição e ajustes de volume.
“Nesta época de isolamento, a música tem ajudado bastante pois, permanecendo mais tempo em casa, acabamos tendo que nos ocupar. E, ao invés de ficar enchendo a cabeça com notícias ruins ou com programas de televisão que não agregam nada, tocar um instrumento é o melhor passatempo, unindo o útil ao agradável: melhoramos nosso desempenho artístico e ainda tiramos o stress do dia a dia,” declara Jean.
Ele acrescenta que sua experiência com edição de vídeos foi essencial para o trabalho. A realização do vídeo da orquestra teve um grau de dificuldade maior, pois havia um grupo grande, com mais de 20 pessoas, boa parte adolescentes. “Fizemos algumas demonstrações, juntamos duas ou três pessoas para dar uma ideia de como cada um deveria gravar. Nesse momento, aconteceu uma coisa bem legal: a gurizada começou a se empolgar com o trabalho, começaram a pedir ajuda para os pais, que se envolveram nas gravações. Muitos pais fazem parte do nosso grupo no WhatsApp, então víamos a coisa se desenvolver. Cada um teve as suas dificuldades, mas conseguiram enviar a gravação (feita em celular mesmo). Alguns tiveram que regravar, mas depois de tudo pronto, foi só juntar e produzir. E o resultado ficou ótimo, melhor do que imaginávamos”, conclui.