Greicy Weschenfelder
Professora e secretária de Educação de Encantado
O home office tomando cada vez mais conta e sendo uma alternativa para as empresas, escolas suspensas, a “moda” agora é pensar que a tecnologia vai ser a solução de todos os problemas.
No contexto escolar, o avanço da tecnologia e a mudança de comportamento do aluno, dos pais e dos professores, especialmente, pós-pandemia, representa um desafio para o ensino. Quando falamos em comportamento, é, inclusive, difícil de compreender que mudança vai ser essa.
Devemos ter o cuidado com o encantamento com a tecnologia para planejar bem nossas ações. Pois não basta só o aparelho tecnológico, se isso não for introduzido com objetivos bem claros, onde se quer chegar, e uso apropriado dos mesmos pelos professores e pelos alunos. É fato que os alunos têm o maior prazer em usar seu tablet, seu celular, mas temos que pensar que a vida não é só prazeres e, uma das missões, senão a principal, atualmente, da escola, é prepará-lo para a vida, com habilidades e competências que a sociedade pede.
De nada adianta comprar tablets para os alunos, se repetirmos os mesmos modelos de aulas tão somente expositivas, conteudistas, sem atrair a atenção dos alunos. Tampouco de nada adianta comprar dispositivos, se não tiver uma perspectiva educacional e se não vier junto de uma formação profunda de professores quanto ao uso das tecnologias. E aqui não me refiro a uma formação só, de um dia ou um mês. Falo em ano. Ou até anos.
Ao comprarmos ferramentas tecnológicas também é preciso se perguntar se há uma capacidade excelente da internet. Pois estamos falando de vários computadores, por exemplo, ligados ao mesmo tempo, de vários softwares que requerem velocidade de acesso e qualidade na distribuição do sinal. Isso é complexo. Requer muita logística de especialistas na área; sem amadorismos e corridas, só para dizer que tentou se fazer algo na área da tecnologia.
Podemos nos reportar ao Pedro Demo, neste momento, ao apontar que o que transforma a tecnologia não é a máquina, mas o professor. O docente usa a tecnologia naturalmente; em casa usa o celular, pesquisa no notebook, faz cursos à distância… Mas a pergunta que se faz é se sabe usar isso em prol da Educação. Em virtude, da pandemia essa pergunta já vem ganhando respostas, formas, mas ainda muito prematuras e que requerem muito planejamento num contexto de país e, especialmente na rede pública, inclusive porque urge não haver mais discrepâncias entre rede privada e pública.