O anúncio do Conselho Estadual do Leite, sobre a definição de mais uma pequena elevação do preço do leite referência, para os produtores, referente o mês de julho, segue repercutindo positivamente no ânimo de quem atua na atividade.
O índice de reajuste é de 1,82%, fazendo com que o preço do litro pago ao produtor passe para R$ 1,42, sendo este o quarto mês consecutivo que há um crescimento na remuneração do produto. Este fator positivo, segundo líderes classistas, serve para colocar a casa em dia, possibilitando a recuperação das perdas ocorridas no início do ano com a prolongada estiagem verificada, quando a falta de alimentação adequada resultou na queda da produtividade.
Para os produtores é importante esta estabilidade, mas aquele que pensa em realizar novos investimentos, deverá agir com muita cautela, pelo menos enquanto não se sentir uma reação na economia, no todo, uma vez que as incertezas sobre o poder de compra dos consumidores ainda são marcantes.
Comenta-se ainda uma possível influência da política cambial neste quadro de estabilização do preço do leite. Pois com a manutenção do dólar em patamar elevado, a importação de leite de outros países produtores ficou menos atraente. Essa concorrência tem sido, nos últimos anos, um problema para a produção nacional, com a desvalorização do nosso produto e menosprezo à nossa cadeia leiteira.
160 ANOS DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA
No último dia 28 de julho, completaram-se 160 anos de criação do Ministério da Agricultura. Registros relatam que D. Pedro II, em ato oficial, teria tomado a iniciativa de criar a Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, no ano de 1860.
Faço esta menção ao fato que para todos nós representa algo antigo, de um passado distante, mas que serve de base para a compreensão das dificuldades que desde sempre vêm acompanhando um setor tão importante para a economia brasileira e para todas as pessoas que têm na atividade agropecuária o seu meio de subsistência.
Dentro destes 160 anos encontramos fatos e etapas muito significativas, que representam importantes passos progressivos, frutos de evolução da tecnologia e da adoção de pesquisas. Podem ser lembrados alguns acontecimentos que dão uma dimensão da revolução que aconteceu ao longo dos tempos. Por exemplo, em 1973, foram criados o Proagro e a Embrapa. Em 1990, surgiu a Conab. O Pronaf foi criado em 1996. No ano de 2001, foi adotado o Plano Agrícola e Pecuário, que é o atual Plano Safra. 2012, criado o novo Código Florestal Brasileiro e o CAR e em 2019, é criado o Selo Arte.
Ao lembrar os 160 anos da Pasta, o atual Ministério da Agricultura projetou algumas ações para os próximos 10 anos, dentro da perspectiva que o mundo inteiro volta para o Brasil, como garantidor de alimentos para mais de 1,5 bilhões de pessoas. Hoje o Brasil utiliza 65,5 milhões de hectares de terra para produzir grãos. A meta é alcançar 76,4 milhões dentro de 10 anos. E nesse período, deveremos expandir em 16% a produção de carne bovina, 27% a produção de carne de suíno e 28% mais de carne de frango.
Hoje a agropecuária representa 20% do PIB brasileiro, ocupa 20% dos empregos formais e exportamos para 200 países. Que rumos haverão de ser tomados nos próximos 160 anos?