“Na casa da avó pode” e “vó é mãe com açúcar”, são frases que trazem a sabedoria popular. Frases muito verdadeiras, e que merecem uma reflexão. Muitas vezes a relação avós/netos é motivo de discórdia, mas a vida “mais doce” com os avós pode ser muito saudável para todos os envolvidos.
Avós, se saudáveis, podem contribuir muito com o cuidado e a educação dos netos. Geralmente já criaram seus filhos, muitas vezes estão aposentados e têm, na possibilidade de conviver com os netos, uma oportunidade de reviver sua própria história como pais, agora sem tantas cobranças. Fazem mimos, têm muito tempo para brincar e se dedicar e se tornam uma boa referência de vínculo, cuidado e afeto para as crianças.
Para os avós, ficar com os netos traz um significado importante para a vida, uma sensação de ser útil, de participação de algo tão importante quanto a vida familiar. Também é uma oportunidade de se manter atualizados, tendo contato com as novas tecnologias, e, claro, estar mais ativos, pois haja energia para dar conta de tantas brincadeiras. Essa convivência com netos também reduz, comprovadamente, níveis de depressão e alzheimer.
Para os netos, o amor, o cuidado e o tempo disponível dos avós são fatores importantes para o desenvolvimento de um apego seguro. Além do amor dos pais, sabem que podem contar com o amor dos avós. Ouvir as histórias familiares, das gerações passadas traz uma sensação de pertencimento. Conhecer a sua própria história e a história da sua família é integrador, amplia a capacidade de se perceber e de perceber o mundo.
Receber os agrados dos avós traz sensações agradáveis. Ir para a casa deles pode ser uma festa. São liberdades, atividades que não fazem parte do dia a dia, como comer mais doce, fazer aquela bagunça na sala ou na cozinha, ou ainda comprar aquele brinquedo fora de hora. Não se preocupem, mamães. Os filhos aprendem que há regras e rotinas, mas que também há exceções. Há coisas que pode na casa da avó, mas que não pode em outros lugares, assim como quando adultos, nas férias, por exemplo, nos permitimos coisas que não fazemos no resto do ano.
Porém, algumas vezes, e com a pandemia está mais comum, ficar na casa dos avós vira a rotina. Então, uma conversa entre pais e avós sobre algumas regras é bem importante, e, se assumirem um cuidado mais rotineiro dos netos, as regras dos pais devem prevalecer. Conversar, fazer combinados e orientar os filhos para a rotina é importante para uma boa convivência entre as gerações.
E, papais, também podem usufruir da facilidade que a ajuda dos avós pode oferecer. Seja para ter quem cuide dos filhos numa emergência, ou para poderem descansar ou até terem algum momento de lazer só os dois.
Então, numa relação em que todos ganham, “bora curtir” esses momentos especiais, que, mesmo nos adultos, ativam boas memórias. Quem não tem ao menos uma boa memória da casa dos avós?


