Fernando Enéias Bruxel guarda boas lembranças do período em que estudou na Escola São Caetano, entre 1994 e 2003. Morador do bairro, estudou no educandário do jardim até a oitava série, acumulando boas experiências. “Eu tenho boas lembranças como o gaiteiro da escola. Não passava uma Noite Cultural da Escola São Caetano que eu não tocava gaita. Também tinha o Coral Mensageiros da Alegria, que fiz parte por muitos anos. No coral vivi boas histórias e fomos a diversas cidades da região para cantar. Fazíamos bastante sucesso e também a gravação do CD foi um marco, tanto para a escola, quanto para nós quanto coralistas”, conta, lembrando que o CD foi gravado no estúdio do Barbarella, em São Caetano. O gosto pelo canto coral despertado na escola fez com que ele desse sequência no grupo Vocal Nota Livre, já no ano seguinte à formatura da 8ª série.
Por morar próximo à escola, sempre esteve muito envolvido nas atividades, inclusive quando já não era mais aluno. Dos tempos de estudante guarda com carinho a lembrança de ações e atividades desenvolvidas, como a horta, recolhimento de material reciclável para viagem ou a venda de produtos da Girando Sol para viagens e a dedicação à área nos fundos, onde há um campinho. “Passávamos dias ali ajustando essa área para que ela ficasse como é hoje. Tínhamos um grupo de alunos de diversas turmas que moravam mais próximo e que estavam bastante na escola, auxiliando, principalmente no turno oposto”.
Hoje, como coordenador do setor de Planejamento da prefeitura, diz que sente um carinho especial em visitar a Escola São Caetano. “Alguns professores ainda são os mesmos. Diversas vezes quando chego lá lembramos das boas histórias. As professoras lembrando do guri que cantava no coral, que ajudava na escola, nas hortas, que se empenhava na questão da reciclagem”, relembra, contando que aos sábados de manhã ia de bicicleta até Arroio Grande, na antiga Millenium para pegar as latinhas vazias para o projeto da escola. “A gente tinha sempre essa parceria, essa ligação comunitária para ajudar”.
Enéias ainda guarda em casa uma faixa de caipira, da festa de São João, e lembra que o vínculo com a escola nunca se desfez. Já foi chamado para tocar gaita, dar depoimentos e, quando foi vereador participou de reuniões na escola e de conversas, em várias oportunidades, com os alunos. “Me sinto em casa. É um orgulho muito grande poder participar e hoje colaborar, como funcionário público, e ver a qualidade que vem se mantendo e que vem melhorando ano após ano”.
O ex-aluno destaca que, se no tempo de estudante gostava de se envolver com a escola, hoje, de certa forma, continua na retaguarda, visto que o setor do Planejamento atua para consertar e manter a estrutura física do educandário. “É muito gratificante. Hoje percebo o valor que teve tudo o que se fez há 10/15 anos atrás. Hoje a gente está fazendo esse trabalho pela prefeitura, mas é muito gratificante poder voltar e ouvir essas histórias que as professoras contam. Algumas ainda são as professoras que estavam lá quando eu era aluno. Com certeza São Caetano tem o privilégio de ter a estrutura que tem, o capricho, as pessoas que se dedicam diariamente, para manter, para fazer e acontecer isso aí tudo. Temos que dar parabéns não só para a escola, mas sim para toda a comunidade, porque ela, em 110 anos, construiu essa história e fez um bonito trabalho”, afirma, destacando que essa dedicação é reconhecida por muitas pessoas. “É um trabalho simples que é comunitário desde sempre. A gente vê as pessoas que participam hoje, participaram ontem, outras em anos anteriores. A família sempre teve envolvimento. É preciso parabenizar a comunidade como um todo pelo trabalho que faz. Sabemos que parte vem da administração pública, que faz seu papel na questão da educação, precisa manter as estruturas, mas a comunidade faz sua parte e faz muito bem feito”.
Enéias ainda elogia os profissionais que atuam na escola e a equipe diretiva, bem como a todos que passaram pela escola nas 11 décadas. “Fizeram um baita trabalho, porque hoje a estrutura é, com certeza, de muita qualidade. É elogiável o trabalho de todos que estiveram envolvidos, seja professores, famílias ou poder público”.