Reativar o abatedouro em Linha Zanotelli. É com esse objetivo que uma comitiva da Emater/RS-Ascar formada pelo gerente regional adjunto Carlos Augusto Lagemman, o assistente técnico regional em Sistema de Produção Animal, João Sampaio e o chefe do escritório local, Luciano Braga Cavaletti, estiveram reunidos na última sexta-feira, para viabilizar uma forma de iniciar a produção e abate do pescado no espaço.
O abatedouro localizado em Linha Zanotelli foi construído entre 2013 e 2014, com recursos do Governo do Estado, mas não chegou a operar. A obra segue sem conclusão. Recentemente, a secretaria da Agricultura esteve fazendo uma vistoria no local, onde se contatou a falta de acabamentos, instalação de balanças, mesas, freezers para o armazenamento da carne, geladeiras e a construção de uma fossa para os resíduos como ossos, escamas e vísceras.
Para o técnico agropecuário e extencionista da Emater de Capitão, Luciano Braga Cavaletti, o alto investimento necessário para reativar o local e a falta de interesse dos produtores para abater os animais, sendo que muitos já trabalham por conta própria, travam o início do abate no frigorífico. A estimativa é de que, de 2013 até o momento, o Governo do Estado já tenha investido aproximadamente R$ 50 mil no local.
Porém, para a conclusão do espaço seria necessário investimento do caixa próprio da prefeitura, atrair um grande número de produtores para administrar os abates no local e depender ainda do aumento de consumo de peixes na região. “Teríamos que alcançar a meta de 1,5 mil quilos por semana, para termos um rendimento financeiro e garantir ainda uma integração maior com os produtores com auxílios na alimentação dos peixes e manutenção dos açudes”, explica o secretário da Agricultura, Márcio André da Costa.
Caso haja interesse de produtores locais para abertura do espaço em Linha Zanotelli, seria necessário ainda o investimento estimado de R$ 25 mil para conclusão do acabamento, além de instalação do encanamento hidráulico e adequações às normas estabelecidas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e Vigilância Sanitária e assim obter a licença de operação do local.
CAPACIDADE DE PRODUÇÃO
Após a reunião e uma longa conversa, Cavaletti entende que a Emater precisará se envolver em um processo de conscientização dos produtores, oferecer treinamentos para o manejo correto de espécies e manutenção de açudes, tendo em vista que a produção de origem animal deve seguir uma série de protocolos sanitários que exigem encargos inclusive ao município.
Outra alternativa seria a criação de uma associação ou cooperativa de piscicultores para organização da produção. Dados da secretaria da Agricultura mostram que Capitão possui atualmente 50 propriedades ligadas a atividade, muitas dessas consideradas promissoras para ampliar a capacidade de produção, com a devida orientação técnica no açude. “Precisamos ter um volume maior de produção e após, buscar um espaço apropriado para o abate e comercialização”, explica.
PISCICULTURA EM CAPITÃO
150 propriedades com açudes
180 hectares de área alagada
Aproximadamente 50 produtores com
potencial para produção de peixes
20 hectares de área alagada para produção

