Procurando a definição do dicionário encontramos a definição de que herói é aquele que se distingue por seu valor ou por suas ações extraordinárias, além disso, indivíduo que se destaca por um ato de extraordinária coragem, valentia, força de caráter, ou outra qualidade considerada notável. Diante disso tudo, na nossa vida, temos poucos heróis, se formos pensar bem. Para a maioria das pessoas são nossos pais, e com toda a certeza. Claro, seguimos seus ensinamentos, eles têm muita coragem, caráter e se diferenciam por suas ações e seu amor. Nossos pais são nossos verdadeiros heróis.
Além dos nossos pais há mais heróis. Se você refletir, notará que endeusamos aquelas pessoas que se destacam por seus atos, defendem o Bem, condutas pautadas em bons valores. Podem até errar, mas seu coração e atos são conduzidos pelo amor. Verdadeiros heróis se formam com o passar do tempo e com as experiências. Passam por muitos sacrifícios, aprendizagens e com os tropeços e acertos moldam a sua integridade moral e de vida. São pessoas que encantam; por isso, nossos mestres.
O que notamos atualmente, é a criação “fácil” de heróis, especialmente, no futebol. Incrível como somos capazes de verdadeiras “loucuras” por homens que julgamos estarem acima do bem e do mal. Defendemo-nos e “compramos” brigas e em nome deles, nas redes sociais e com os que convivemos. Quantas amizades já estremeceram em nome deles, os “heróis”. Eu já vi e já soube.
Teóricos, artigos do mundo todo, pessoas simples e com experiência de vida, apontam que a causa da criação de “deuses” é por conta das nossas carências e, para supri-las, valorizamos por demais pessoas que têm algum valor ou algo que se destacam na sua profissão. Muitas vezes, isso acontece muito rápido e por questões que nem vamos atrás para ver se é realmente ou não.
Por conta de uma sociedade extremamente ligada ao consumismo e a valores supérfluos e instantâneos é fácil se tornar alguém idolatrado.
Fiz referência ao futebol pois ali é campo fértil para colocarmos toda nossa energia, tempo e todo nosso amor em algumas pessoas. Muitas vezes nossos familiares não têm tudo isso, enquanto que jogadores e técnicos ganham de nós muito mais que mereceriam e, na maioria das vezes, nem sabem que suprimos tantos sentimentos em relação a eles.
Recentemente, vi notícias, “posts”, homenagens e atos, além do imaginário, em relação ao D’Alessandro e Renato Portaluppi (fiz questão de colocar dois nomes da dupla grenal para não parecer priorizar um time só). Antes que alguém possa me xingar, já vou logo escrevendo que são sim profissionais que se diferenciaram, são muito competentes e, ao meu humilde ver, fizeram mais que ganhar o salário, literalmente, vestiram a camiseta e respiraram os times Inter e Grêmio, respectivamente.
D’Alessandro e Renato são referências e trouxeram títulos, vitórias e muitas alegrias para seus torcedores. Agora, sacrificar-se, como muitos o fizeram; abandonar a família, brigar em nome Deles, cometer loucuras e até entrar em depressão por conta da saída recente desses profissionais, é demais!
Nossa vida está carente de pessoas que sejam referências para nós. Talvez, porque tudo é muito fácil, muito rápido e tudo por dinheiro. Os caráteres são moldados pelo dinheiro e interesses. Então, de fato, “quem, no mínimo, se destaca, vira herói”.
A tendência aponta que, muitas vezes, suprimos algo que falta em nós, nos outros. Futebol, virou quase que o único sinônimo de alegria num país que tem muitas coisas negativas e que nos envergonham e entristecem.
Agora, lembremos que muito antes de ir até o aeroporto chorar pelo Renato Portaluppi ou ficar horas esperando a aparição do D’Alessandro num lugar, temos pessoas, os heróis anônimos e simples, bem ao nosso lado esperando um afago nosso.