Algumas semanas atrás, houve um movimento forte por parte de donos e colaboradores de estabelecimentos comerciais considerados não essenciais. Eles lutaram e conseguiram ser ouvidos em relação ao direito de manterem seus postos de trabalho enquadrados como essenciais, já que dependiam da flexibilidade de horário para a sobrevivência do negócio. A bandeira de que, todo o trabalho que coloca pão na mesa da família é essencial, desde que respeite regras de protocolo sanitário, como não provocar aglomerações e quebra de regras de higiene e uso de máscaras que são obrigatórias, parece ter alcançado algum êxito.
Desde que iniciou a pandemia, vimos outros movimentos contrários ao lockdown total visto como ineficaz contra a circulação do vírus, especialmente num país como o Brasil.
Ainda que tardio, agora ganha cada vez mais força o movimento de que educação é essencial. Aliás, a educação, como a saúde, a economia/emprego, segurança, deveriam sempre ser prioridade em todos os tempos.
E a educação, infelizmente, que já vinha sendo muito negligenciada, vai deixar seus efeitos nos alunos, principalmente os mais carentes.
Um levantamento feito pela Brasil Paralelo, que não leva em conta apenas o período da pandemia aponta como principais entraves da educação no Brasil:
1. Desafios socioeconômicos – a falta de igualdade de oportunidades entre as diversas camadas da sociedade, faz com que nem todos tenham acesso à escola formal e que não seja igualitário o nível de aprendizagem
2. Evasão escolar – De acordo com o Anuário Brasileiro de Educação Básica, cerca de 88.631 crianças e adolescentes entre seis e 14 anos não estão matriculados em escolas e na faixa etária de 15 a 17 anos pelo menos 675 mil, estão fora da sala de aula. Entre as principais causas da evasão escolar estão a baixa renda familiar, pais e responsáveis com pouca escolaridade, domicílios rurais isolados ou de risco, atraso escolar por dois anos ou mais, discriminação racial ou trabalho infantil informal.
3. Analfabetismo – No Brasil ainda é enorme o contingente de analfabetos. Levantamento feito em 2018 apurou que existiam 11,3 milhões de pessoas acima de 15 anos que não sabiam ler e escrever.
4. Violência contra professores – Dificuldades de aprendizagem, ausência de proteção, problemas acadêmicos. Uma das soluções apontadas seria uma permanente realização e assembleias para resolver os conflitos.
5. Falta de investimentos, principalmente para melhorar a estrutura física, mas também na formação de professores.
Presidenciáveis
Cinco nomes cotados para disputar a presidência da República em 2022 se uniram no último sábado para uma live sobre os Desafios do Brasil, tecendo críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro. Participaram do evento Brasil Conference, promovido por estudantes brasileiros em universidades americanas, o governador de São Paulo, João Dória; governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite; o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes; o ex-ministro Fernando Haddad e o apresentador Luciano Huck. O debate on-line foi feito em parceria com o jornal O Estado de São Paulo. Em certos momentos, o debate foi assistido por apenas 1900 pessoas, não chegando a despertar maior interesse. Num evento anterior, o grupo já havia se unido para um manifesto a favor da democracia.
As críticas obviamente foram relacionadas a políticas do governo na área externa, educação, tecnologia, medidas adotadas durante o combate à pandemia, meio ambiente. Para quem assistiu ficou a sensação de que pouco acrescentaram, além das críticas. Entre os participantes, os dois governadores tucanos, com mandato no momento, deixaram de fazer uma autocrítica em relação às políticas adotadas em São Paulo e no Rio Grande do Sul, principalmente em relação a medidas autoritárias e cerceamento de liberdade e aumento de impostos, no caso do RS, em dezembro último.
O que se deduz é que a motivação do grupo gira em torno de lançar aquele que obtiver maior apoio popular como futuro candidato para a disputa em 2022, em decisão a ser tomada mais próxima ao pleito.
Tocador de obras
Entre os ministros mais prestigiados do Governo Bolsonaro, que está no governo desde o início do mandato, está Tarcísio Gomes de Freitas da Infraestrutura. Tarcísio é conhecido como tocador de Obras. Em 2020 foram entregues 90 obras, muitas delas que já estavam em andamento.
CPI da Covid
A CPI da covid-19, que está pautando o noticiário nacional e que pode servir de palanque eleitoral, já esbarrou em contradições, irregularidades, falta de critérios. Primeiro, porque pretendia apenas investigar o Governo Federal, quando na verdade é preciso seguir todos os caminhos pelos quais andaram os recursos e ações até chegar nos estados e municípios e como foram aplicados na ponta, desde o início da pandemia , lembrando que ela começou antes do carnaval de 2020. Outro ponto que subestima a inteligência do povo brasileiro é que entre os que compõem a comissão, dar a relatoria para o senador Renan Calheiros é inadequada porque além de ser pai do governador de Alagoas, Renan Filho, o princípio da moralidade administrativa fica prejudicado porque o próprio senador tem contra si mais de 40 processos onde é investigado, e inquéritos no STF.