Se a Indústria responde por 60% da economia em Arroio do Meio, tendo papel fundamental na geração de emprego e renda, as empresas que prestam serviços de estruturação, automação e manutenção são essenciais para dar suporte a essa engrenagem, que não pode parar.
No município, além dos profissionais contratados pelas indústrias de forma integral, segundo dados do Departamento de Fiscalização Tributária, existem em torno de 50 empresas prestadoras de serviço, que atuam quase como “bombeiros” em meio ao cenário de constante inovação. Embora algumas tenham uma participação mais incisiva na rotina das empresas, as outras atuam na fabricação de peças e outras prestam serviços eventuais e pontuais.
Uma das empresas que tem se destacado é a Disim, que atua no segmento há mais de uma década. O diretor Diego Simonetti, 36 anos, revela que o foco no momento é atender a automação industrial em direção à Indústria 4.0 com soluções ‘homem + máquina’ em busca de mais eficiência na produtividade e menos paralisações nas linhas de produção (setup), além do atendimento de normativas do Ministério do Trabalho, em termos de ergonomia, insalubridade e outras questões trabalhistas. Paralelamente, a empresa também vem se tornando referência no segmento de energia renovável, sustentabilidade e mobilidade urbana.
Simoneti explica que a qualificação do corpo técnico é fundamental para assegurar a confiabilidade que o mercado exige. Dos mais de 50 funcionários, 85% atua a campo. Além da proatividade, cursos técnicos e percepção prática, a responsabilidade é considerada crucial, pois indiretamente estes profissionais integram a administração do negócio. “É preciso pensar e agir. Por isso a seleção dos funcionários é rigorosa. Temos equipes fixas e volantes em boa parte das indústrias da região – fabricas de chocolates e balas, de ração, de panificação de limpeza, frigoríficos, entre outras – e plantão 24 horas. A manutenção industrial faz parte do processo produtivo. É normal como a de um veículo. As máquinas estragam. Mas existem intervenções de um nível de complexidade e responsabilidade que não permitem que ocorram erros. Como na UTI de hospitais por exemplo”, comenta.
A Disim também atua no desenvolvimento e instalação de projetos industriais novos, que abrangem desde a parte hidráulica, solda, estrutural, elétrica e pneumática. “É tudo amparado em conceitos técnicos. Nada é feito fora das normativas. Montamos todo o cronograma, o calhamento processual para evitar com que as empresas tenham passivos operacionais e legais”, pontua.
Em decorrência da pandemia, parte do quadro da empresa acabou sendo enxugado e demais colaboradores incorporaram funções convergentes na rotina de trabalho. Entretanto, passada a turbulência inicial da fase pandêmica, a empresa contabiliza déficit de 10 a 15 vagas, especialmente na área fotovoltaica que demanda de qualificações em Nr 10 (eletricidade), Nr 33 (espaço confinado), Nr 35 altura e Nr 18 (canteiro de obras).
A área de vendas no nicho de energia renovável e sustentabilidade na mobilidade urbana (com patinetes ou bicicletas) também é considerada complexa. Como são vendas únicas e direcionadas, exigem conhecimentos técnicos aprofundados. Por outro lado, a diminuição do payback (retorno financeiro) de dez para três anos, tornam estes investimentos mais atrativos aos consumidores, especialmente pela diminuição do custo de vida fixo.
No momento, a Disim está em fase de descentralização. A antiga sede da rua Campos Sales passará a concentrar apenas a prestação de serviços. “Perdemos parte do estoque na última enchente”. O prédio no Loteamento Industrial e Serviços Coxilha Vermelha concentrará o estoque e Logística. Já a parte comercial e de relacionamento com os clientes será no km 79 da ERS-130 nas imediações do Supermercado Dália. Também é projetada a abertura de filiais em Santa Cruz do Sul e Encantado. “Vai permitir um atendimento melhor. Hoje estamos automatizando indústrias em todo o RS e fora dele, como no Paraná”, cita.
A diversificação de produtos e serviços e busca constante de inovação dentro de um mesmo segmento é considerada estratégica para a empresa fugir do convencional, otimização do trabalho e modernização. “A tecnologia industrial sempre está evoluindo. Ao contrário do que muitos pensam, de que tira espaço das pessoas no mercado de trabalho, a exigência de mais qualificação é importante para o desenvolvimento socioeconômico de uma sociedade”.
Outro ponto positivo citado por Simonetti é a reorganização de fluxos e pessoal e organograma de trabalho. “Demora para se encontrar pessoas que acreditam nos propósitos das empresas. Independentemente do dinheiro, o ambiente de trabalho faz a diferença. Além da boa seleção de colaboradores, um administrador precisa ser, antes de tudo, um bom psicólogo”.
Diego ingressou no mercado de automação industrial influenciado pelo pai que atuava no Curtume Aimoré, que lhe orientou a buscar qualificação técnica. Revela que na juventude foi desafiador conciliar estudos, cursos e primeiras experiências profissionais. Após atuar como mecânico industrial em empresas de Lajeado e Estrela, teve sua uma grande oportunidade de crescimento profissional na Girando Sol, onde estruturou a planta de Lajeado, do antigo frigorífico Ardomé e a primeira matriz no Centro, onde também estava situada a Walleruius do Brasil. Foi convidado pela direção para atuar na estruturação da nova planta em São Caetano, mas como já estava prestando serviços com empresa própria, acabou se dedicando exclusivamente à Disim, que hoje é uma das referência neste segmento no Vale do Taquari.