A rua Maurício Cardoso tem uma extensão de 1,2 km, iniciando no encontro com a Dr. João Carlos Machado (Posto Quality), até a ponte do arroio Grande. Completamente asfaltada, faz uma importante ligação entre os bairros Centro e Aimoré. A via, que se mostra com fluxo tranquilo, equilibrando edificações entre estabelecimentos comerciais, casas, prédios de apartamentos, igrejas e até alguns terrenos ainda baldios, em uma época não muito distante teve grande movimento e era acesso fundamental para quem precisava deslocar-se para Lajeado ou região metropolitana.
Concentrando hoje, posto de gasolina, loja de roupas e eletrodomésticos, farmácia, mercado, escritórios, empresa do ramo de panificação, uma cerâmica, a igreja da Comunidade Luterana São Paulo, a estação e escritório da Corsan, a RAU e o quartel da Brigada Militar, a Maurício Cardoso conta hoje, segundo a Secretaria Municipal de Planejamento, com 121 edificações, sendo que destas, 46 pontos comerciais.
Na lembrança de muitos arroio-meenses, a Maurício Cardoso teve por muito tempo, no prédio onde está a loja Lebes, a Poletto e Cia, oficina mecânica e loja de revenda de pneus e bicicletas. De propriedade de Adolfo Poletto, juntamente com os irmãos Schneider, era ponto de referência, vendendo peças para praticamente todas as oficinas mecânicas de Arroio do Meio e arredores, como conta Leda Máris Poletto, filha de Adolfo. “Meu pai e os sócios tiveram a loja por uns 40 anos. Do outro lado da rua, onde hoje há uma loja de tintas, os irmãos Schneider tinham um comércio de secos e molhados. A Maurício Cardoso tinha um movimento incrível porque era a única saída para quem vinha das cidades vizinhas, para ir a Lajeado ou Porto Alegre, pela estrada velha. Naquela época não tinha a rodovia, era tudo por esta rua”, descreve Leda.
Ela recorda que em frente à loja de seu pai, também havia a única bomba de gasolina da cidade e que, em virtude de todo esse movimento da via, o terreno em frente à loja, foi adquirido e aberta a Abastecedora de Combustíveis Ltda. “O terreno era de Werner Fritz, um dos primeiros farmacêuticos da cidade. A bomba de gasolina que tinham em frente à loja era da Texaco e, depois, no posto, fizeram a parceria com a Ipiranga. Morávamos próximo à casa da Noeci Dalpian”, completa Leda.
Leda é a mais nova dos três filhos de Adolfo e Carolina Cenfra Poletto, irmã de Paulo Sérgio (in memoriam) e Maria Helena. Ela conta que cresceu naquela vizinhança, morando na mesma até seus 23 anos. Das recordações que guarda da Maurício Cardoso, estão os fins de tarde com os vizinhos sentados nas calçadas, conversando ou descansando e das longas filas de veículos para o posto de combustíveis, quando eram anunciados aumentos no preço da gasolina. “Outro episódio curioso que lembro foi certa vez acordar com muito barulho de cavalos e carroças, todos com lanternas em direção à Porto Alegre. Meu pai me disse que eram do exército, era a revolução de 1964”, recorda.


A Maurício Cardoso hoje
Para seus moradores, a Maurício Cardoso é uma rua completa, pois oferece uma gama de serviços ampla, é de fácil acesso tanto ao cento quanto aos bairros da cidade e é agradável de se viver. Para Rudimar da Costa, que tem endereço de residência nesta via há mais de 30 anos com sua família, trata-se de uma das ruas mais movimentadas de Arroio do Meio seja por veículos de passeio ou pelos de carga.
Considera que, no caso destes últimos, a rua é bastante estreita e é necessário ter cuidado por parte de pedestres, bicicletas e veículos menores, principalmente próximo de curvas. Morando quase na esquina com a rua Theobaldo Brentano, sugere que a organização do estacionamento deste trecho na Maurício Cardoso, que hoje é faixa branca em ambos os lados, poderia ser diferente, pois, aos fins de semana estes veículos costumam ser estacionados em ambos os lados, provavelmente por trabalhadores das empresas próximas, para facilitar o embarque nas segundas-feiras. “É muito perigoso, já vimos um acidente em que o motociclista teve pouca visibilidade e chocou com um caminhão, era uma noite de chuva, o que dificultava ainda mais. Saímos correndo para ajudá-lo até o socorro chegar. Um lado da rua com faixa amarela já resolveria isso. Temos trânsito pesado no fim dos turnos das firmas também, quando passam os ônibus”, relata.
Contatado pelo AT, o responsável pelo Departamento Municipal de Trânsito, Alex Sandro Theves declarou que desde que assumiu o posto, em 4 de janeiro, não recebeu nenhum protocolo ou pedido sobre esta situação, mas prometeu analisá-la e dar uma resposta aos moradores o mais breve possível.
Conscientizar é importante
Doméstica, trabalhando há 10 anos na residência da família de Costa, Genilda Terezinha de Abreu enfatiza que a questão de descarte de lixo também é um problema no trecho próximo à Theobaldo Brentano, devido a uma área verde com córrego que existe. Em frente ao local há duas lixeiras onde é feito o descarte de resíduos fora dos horários apropriados para o recolhimento do caminhão. Isso gera mau cheiro e polui o córrego. Em dias de muita chuva, o bueiro existente transborda e a água invade o pátio da casa que fica no lado oposto da rua.
A área verde fica ao lado de um terreno baldio particular, neste é feita a limpeza e não há vegetação alta. Genilda observa a diferença entre ambos e ressalta que a área com o córrego também é ponto de proliferação de mosquitos. Para a doméstica, é preciso melhor atenção do poder público para o local, mas o fundamental é a conscientização dos moradores com a forma como descartam seu lixo.




