Quando a pandemia começou, em meados de março de 2020, e as escolas tiveram que fechar, não se imaginava, por quanto tempo assim permaneceriam. Algumas escolas rapidamente se organizaram e optaram pelo ensino remoto e ofereceram aulas online. Em outras, o processo foi mais demorado. Mas, apesar do esforço, os resultados não atingiram o esperado. Pelo menos é o que apontam diagnósticos e pesquisas iniciais que estão sendo feitas em diferentes escolas do país, em relação ao período muito prolongado longe da sala de aula. Segundo o INEP, o Brasil registrou uma média de 279 dias de suspensão de atividades presenciais durante o período letivo de 2020. Esta paralisação das atividades presenciais acaba aumentando o déficit na educação.
Na semana passada, o jornal O Alto Taquari fez um levantamento com alunos dos nonos anos das escolas da rede municipal, pública (Guararapes) e privada (Bom Jesus) e com os alunos dos terceiros anos do Ensino Médio (Guararapes e Bom Jesus), para ter uma ideia de como os alunos se sentiam em relação ao período em que ficaram com ensino remoto. E entre várias perguntas, a resposta que chama atenção é de que a grande maioria sentiu dificuldades em aprender, assimilar conteúdos, longe da sala de aula. A pesquisa mostra que, dos 175 alunos que cursam o último ano do Ensino Fundamental, 168 declararam que aprendem melhor com aula presencial, um índice de 96%. Sem espaço para trocar ideias e interagir com professores e colegas, sobre conteúdos mais difíceis de entender, – diminuiu o interesse, o foco, a motivação, a disciplina, o tempo dedicado aos estudos.
Matemática e Português são as disciplinas em que os alunos entrevistados encontram mais dificuldade em assimilar. Dos 175 alunos entrevistados, nas escolas de Ensino Fundamental de Arroio do Meio, 103 disseram que tiveram dificuldades em assimilar os conteúdos de Matemática e em Português, 67.
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Na última edição do Programa de Avaliação de Alunos (PISA) feito em 2018, com a participação de 78 países, os estudantes brasileiros de 15 anos, alcançaram uma pontuação média de 413 pontos, enquanto a média internacional obteve 487 pontos. O ranking mostrou que 68,1% dos alunos nesta faixa não possuem nível básico mínimo para exercer a cidadania plena em Matemática; em ciências 55% e em leitura 50%.
A vida é feita de recomeços
“ A vida é feita de recomeços. Nada substitui a presença do aluno e seu professor em sala de aula.”. O slogan faz parte da campanha da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), lançada semana passada, com o objetivo de mostrar a importância do ambiente escolar. “ Pesquisas têm mostrado que o nível de aprendizagem dos alunos regrediu com o ensino apenas em casa. Quanto mais tempo ficam longe da escola, mais retrocesso haverá”, justificou o presidente da entidade, Eduardo Bonotto.
Democracia e liberdade de expressão
A cada dia que passa a democracia brasileira está mais fragilizada. São tantas as ações que ferem os preceitos constitucionais ou que são interpretados de forma rasa. Assim sendo vai se consolidando uma espécie de ditadura, que não é operada pelo chefe do Poder Executivo que foi eleito democraticamente, mas notadamente por membros da Corte que agem como advogados, como representantes de partidos políticos, organizações estranhas, e blindam ao seu entender, “parças” no Congresso. A cada dia, novas investidas contra a liberdade de expressão. Felizmente é muito grande o número de pessoas esclarecidas e que buscam informações e não se calam diante da censura de jornalistas, advogados e políticos contrários. O “ xerife “ enquadra, em fake news e vai interpretando ao seu modo a Constituição. O que vale para uns não vale para outros.