A última sexta-feira ficou marcada pela vinda do deputado estadual Tiago Simon (MDB) ao município de Arroio do Meio, onde participou de reunião-almoço com políticos, líderes comunitários e correligionários.
Entre os presentes, a presidente local do partido e vereadora Adiles Meyer, vereadores, Paulo Roberto Heck e Maria Helena Matte, o assessor político do MDB Regional e ex-prefeito, Sidnei Eckert e o gerente da Corsan, Jaime Luís Bersch. O encontro ocorreu no Restaurante Paroquial, no Centro.
Além de estreitar a relação, estar a par das demandas locais e articular soluções, Simon detalhou seu posicionamento contra o modelo de concessões de pedágio e algumas privatizações como a da Corsan, que contraria um pouco a bancada gaúcha do MDB e a ala que integra o governo estadual. “São assuntos decisivos que preocupam, pois não dependem da deliberação do Legislativo. Quando a Assembleia debateu o plano de concessões, acabou dando um cheque em branco para o Executivo negociar 22 praças de pedágio, sem estudos aprofundados. Existe uma insatisfação muito grande, com risco sério de tarifas elevadíssimas, que podem dificultar ainda mais a competividade dos gaúchos. Um dos equívocos foi trazer uma consultoria de outro Estado, que não entende nada sobre nossas questões comunitárias. Há municípios que poderão vir a ser divididos em três partes, comprometendo suas conexões. Outra irresponsabilidade é discutir a privatização da Corsan, que terá impacto nos próximos 100 anos, em apenas 30 dias, com a polêmica em torno da regionalização. Nenhuma companhia de saneamento está sendo privatizada no Brasil. Em vários locais do mundo, acabaram voltado atrás de decisões semelhantes. Sou parceiro da modernização do Estado, votei a favor de muitas medidas importantes, como o equilíbrio da previdência, mas vejo que o partido está muito rendido ao governo, que está atropelando todos os parâmetros. É nítido que estão querendo evitar discussões mais sensíveis no período eleitoral”.
O filho do ex-senador Pedro Simon, também criticou o idealismo político em torno do bandeiramento do RS durante a pandemia. Elogiou o governo emedebista de Porto Alegre, pelas parcerias público-privada em torno da revitalização da orla do Guaíba e outras obras de infraestrutura.
Outra pauta da reunião foi a construção de um processo interno para indicar nomes ao Governo Estadual e Congresso Nacional em 2022, que vão depender de um cenário eleitoral nacional, estadual e a movimentação dos partidos. “O MDB sempre soube conduzir isso de uma forma muito madura”. Entre os nomes levantados para o Piratini, foram citados o do ex-governador José Ivo Sartori, do deputado federal e presidente estadual da sigla, Alceu Moreira, e do presidente da Assembleia Legislativa, Gabriel Souza. A renovação de nomes para o Congresso também é vista como uma oportunidade para deputadas estaduais. Também foi falado da organização regional e municipal da sigla. Simon lamentou o fato da derrota nas urnas, considerando o legado do MDB na história e no desenvolvimento de Arroio do Meio.
O deputado ainda explicou a forma como o Senado e o STF se protegem no poder, pois os senadores são os únicos que podem votar um impeachment de um ministro do STF, que consequentemente prorrogam o julgamento de processos envolvendo os congressistas.
Enquanto presidente da Comissão de Constituição e Justiça, corregedor do Conselho de Ética, Simon falou dos avanços da lei estadual anticorrupção criada por ele em 2015. “A exemplo de vários países de primeiro mundo, introduzimos ritos administrativos que resultam em condenações em até 12 meses com multas de até R$ 60 bilhões, em vez de processos judiciais que levavam mais de uma década. É semelhante à delação premiada. Em seis anos já tivemos vários acordos de leniência”, revelou.