Vânia Blau tem 18 anos. É jovem, focada e inquieta em se tratado de futuro. Reside em Capitão e, diferentemente das pessoas da mesma idade, descarta o celular para dar prioridade aos paralelepípedos. Dos 11 aos 18 anos, moldou pedras, cortou-as e carregou-as para os caminhões caçamba, estacionados na pedreira do pai, Valdir. Foi ali que permaneceu trabalhando durante sete anos: picando concreto. Apesar da juventude, tem uma trajetória profissional é intensa e poderosa.
Em Capitão, onde reside com os pais, ajuda na lida dos animais, corta matos de acácia e eucaliptos e emparelha pedras. “Os paralelepípedos precisam ficar quadrados.” O corte da pedra exige força e concentração. Durante 7 anos, este foi seu trabalho na pedreira . Saiu recentemente para assumir função do Frigorífico de Frangos da Dália Alimentos.
Há seis meses ela é auxiliar de produção na cooperativa e ajuda na embalagem e pesagem de frangos. “Eu gosto de fazer de tudo. Acredito que o fato de haver trabalhando na pedreira, ajudou a me definir. Não fosse meu pai me ensinar o serviço, hoje estaria perdida.”
Os anos na pedreira a fizeram compreender mais claramente seu futuro profissional.
Maior parte dos jovens, apegam-se ao celular e à internet, em uma experiência mais virtual do que real. Para Vânia, é preciso ir além. “O momento tem de ser vivido aqui e agora. Por isso, não tenho Instagram ou Facebook. Amigos sabem onde me encontrar: apenas no Whatsapp.”
Da pedreira ao desejo de comprar uma fazenda
Vânia iniciou o trabalho no setor de corte da Dália Alimentos. Responsável pela pesagem do frango meio peito, mudou de função e hoje auxilia a líder de produção, por ter um ótimo rendimento. “Apesar de ser um período curto, já consegui estabilizar minha vida financeira e consegui realizar objetivos.”
A primeira meta está em andamento: a confecção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). “Vou dirigir moto, carro e se der, trator”, entusiama-se. Os planos são ousados no futuro: uma fazenda, gado de leite e cavalos.
Como ama estar na roça, seu futuro vai ser perto da terra, ao lado das plantas e dos animais. Projeta ser fazendeira no Mato Grosso. “Vou levar meus pais junto”, programa-se a garota.
“Com o Ensino Médio concluído, a ideia é fazer especialização. “No futuro pretendo voltar aos bancos escolares para fazer Agronomia, porque amo lidar na agricultura.”
Vânia acredita que o empenho, a coragem e o foco lhe ajudar nas metas. A vida é melhor quando se coloca entusiasmo e entrega. E é assim que Vânia, a menina que cortava pedras, quer ser vista como a jovem que pavimentou o futuro.