É quando estamos em ebulição ou no meio do caos que passamos a refletir, pensar sobre algum assunto e a partir para a transformação e ação.
A política está desacreditada por vários motivos, dentre eles o desinteresse da população e isso só muda quando algo acontece como um impeachment, por exemplo. Também podemos citar o sentimento de descrença da população já que não vê mais transformações positivas promovidas pelas políticas, mas sim, corrupção e crimes. Além disso, o desconhecimento do que realmente vem a ser política e as transformações que ela pode trazer e impactar na vida das pessoas refletem no atual quadro que estamos vivendo. E quando não há conhecimento sobre ele é fácil instalar-se o fanatismo e as falsas informações.
E antes que você imagine ao ler esse artigo, que engajar-se ou entender política é filiar-se ou fazer protestos, está enganado. Claro que, tudo precisa começar de um lugar. E esse lugar, como já referendado anteriormente é o conhecimento. Ler artigos e jornais imparciais, conversar com pessoas experientes e inteligentes e ouvir muito.
Começar pelo básico, como o que é política, para que serve. Apesar desse já ser um conceito difícil, gosto dele para iniciar pois nada mais é do que para regular as relações da vida em sociedade e ajudar a sociedade. A política foi criada para regular os conflitos. Depois dessa fase inicial partir para a pesquisa do que vem a ser partidos políticos, sistema político brasileiro, financiamento, políticos, instituições.
Há de se fazer uma reflexão provocada já há muito tempo por Bertold Brecht quando diz: ““[…] que continuemos a nos omitir da política. É tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem”. É preciso falar sobre política para que saibamos quem colocamos no poder para nos governar e tomar as decisões que regem a nossa vida. Tudo que os ‘corruptos’ querem é que não nos interessemos por eles, pois então fica ainda mais fácil a sua desonestidade. Os políticos desonestos não chegaram lá sozinhos. Ao mesmo tempo, precisamos de novas lideranças, pessoas com pensamento coletivo e capacidade moral acima de tudo.
Caberá ao novo político mostrar a importância de todos na participação delas em todo o processo e tomar gosto pela política, entendendo-a como algo muito maior e não só político-partidária. Esse trabalho não começa só em época de campanha (aliás, desconfie dos políticos que só aparecem em época eleitoral).
Para finalizar, cabe muito bem essa frase do Arnol Tounbee que diz: “O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam”. Ou seja, preciso participar pois se não os “maus” tomarão o lugar e eu não posso reclamar.
Dedico essa crônica aos meus grandes amigos e colegas de programa de rádio e incentivadores profissionais Vilsinho Jacques, Marcio Alecio, Eduardo Kauffmann e Jones Figenbaumm.