O mês de junho traz um assunto que é debatido com força nos últimos anos: a conscientização do combate à violência contra a pessoa idosa. Em Arroio do Meio, o Conselho Municipal do Idoso realiza um trabalho de valorização e também de auxílio e cuidado por meio de uma série de atividades. Além disso, o tema que é chave para o Junho Lilás também faz parte das conversas e propósitos do grupo. A coordenação dos Grupos de Terceira Idade também passa pela supervisão do conselho.
A coordenadora, Veridiana Frigieri, explica o funcionamento dos trabalhos. Ela diz que há parceria com o Centro de Referência em Assistência Social (Cras) e com o professor Cristiano Silva que coordena o Projeto Saúde 60 Mais. As pessoas acima de 60 são integradas por meio da dança “Ele faz atividades diferenciadas sobre dança nas segundas-feiras. Há uma conversação sobre estilo de vida e da importância do idoso dentro da sociedade e porque ser inserido nos grupos.”
Além disso, o Conselho colabora com a organização dos bailes e encontros com almoço. A visitação aos grupos com auxílio de médicos e enfermeiros também ocorrem como forma de orientar sobre a saúde do idoso como um todo. “É um momento muito importante para eles, porque tem a hora do mate, da oração, da música. Passam uma tarde muito prazerosa.” Atualmente, há 19 grupos da Terceira Idade em Arroio do Meio o que totaliza cerca de 1.200 participantes.
Sobre o Junho Lilás, Veridiana diz que é um momento fundamental. “Precisamos trabalhar isso sempre e zelar por eles. São pessoas que já contribuíram e ensinaram muito.”
DENÚNCIAS
Em caso de denúncia, o Conselho possui parceria com o Cras, por meio de visitas nas famílias, orientações e com o suporte devidamente necessário para cada caso. “Na nossa Rede Assistencial de Arroio do Meio chegam poucos casos de maus tratos aos idosos; e, sim, as famílias solicitam informações junto ao Conselho Municipal do Idoso, quando o assunto é como cuidar da saúde da pessoa idosa em casa. Elas nos procuram sobre como proceder para atendimento em posto de saúde, fisioterapia e visitações de enfermeiras, casas geriátricas, cuidadores de idosos e curso de cuidador”, ressalta Veridiana.
Por meio do Conselho, também são doadas 90 fraldas geriátricas mensais por meio de laudos médicos e documentações. Ainda são repassados materiais de convalescença como muletas, cadeiras de rodas, de banho, tipoias, entre outros.
“Quem tem em casa esses materiais e não está utilizando, que possa devolver para a gente e não repasse aos demais. Hoje, estamos em falta e há poucas devoluções. Precisamos ter esse controle, pois muitas pessoas precisam. Tem muitas quedas de idosos. Doamos os materiais por três meses e depois é feita uma renovação caso seja necessário. No entanto, estamos recebendo poucas devoluções daqueles que não estão mais precisando.”
Em relação aos atendimentos, qualquer pessoa acima de 60 anos pode ser beneficiada com os serviços do Conselho. Para fazer parte, é preciso ir até o local que fica ao lado do Cras na Rua Visconde do Rio Branco, 604, e levar os documentos pessoais da pessoa idosa e também do responsável quando necessário. “No caso das fraldas, para receber a pessoa idosa precisa ter um salário mensal de até 3 mil reais. Essas são normas da Secretaria do Estado, mas quem custeia é o município.”
Junho Lilás
No Brasil, a violência contra pessoas idosas é crescente. Por isso, é preciso alertar a população sobre as questões de maus tratos praticados contra idosos, pois é um dos objetivos do Junho Lilás. A Lei nº 10.741/2003 garante o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. Cabe à sociedade como um todo proteger a dignidade da pessoa idosa. Razão pela qual a legislação garante que nenhuma pessoa idosa pode sofrer qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, sendo que qualquer descumprimento aos direitos da pessoa idosa será punido na forma da lei. Os tipos de violência contra os idosos são os seguintes: a física, psicológica, sexual, financeira ou econômica, abandono, negligência e autonegligência.
Créditos: Carolina Schmidt