A Polícia Civil de Arroio do Meio alerta para golpes contra empresários e comunidade. Na última semana, cinco ocorrências com comerciantes foram registradas após serem vítimas do ‘Golpe das Facções’ por ligações e mensagens no celular. De acordo com a delegada, Dieli Caumo Stobbe, eles não chegaram a repassar os valores aos criminosos, pois perceberam que se tratava de uma farsa.
“Eles chegaram preocupados e com medo na delegacia. Temos certeza que é um golpe, pois essa facção não existe. É sim uma organização criminosa especializada em estelionatos.” Dieli diz que os criminosos usam ameaças para as vítimas pagarem valores diversos.
“Eles começam solicitando determinado valor, as pessoas dizem que não tem até que eles conseguem alguma coisa. A partir do primeiro pagamento, pedem mais. Eles conseguem os dados das pessoas, muitas vezes, pela internet, pesquisam o comércio da cidade ou pelo cadastro de alguma instituição e empresa. Além disso, é fácil obter informações pelas redes sociais. Usam de forma ardilosa para praticar a fraude.”
A delegada ainda explica que, quando a vítima bloqueia o contato, os estelionatários desistem, pois percebem que a pessoa se deu conta do golpe. “Mesmo que não sejam repassados valores, é importante fazer os registros de ocorrência para que a gente tenha os dados, os telefones que partiram esse golpe. As investigações muitas vezes ocorrem em todo o estado, isso é muito abrangente.”
Um dos exemplos que a delegada cita é uma das investigações realizada em Esteio com o Golpe dos Nudes que deixou pessoa lesadas em todo o país e iniciou no Rio Grande do Sul. O trabalho da polícia foi apresentado no Programa Linha Direta da Rede Globo há cerca de 15 dias. “No pós pandemia, a criminalidade migrou para os crimes virtuais. Por isso, é preciso sempre ficar atento a qualquer mensagem ou ligação estranha.”
GOLPE DOS NUDES, DO PIX DO BILHETE
O Golpe dos Nudes já citado pela delegada deixou vítimas no Vale do Taquari. Além desse, há outros que ocorrem com frequência como o do Pix e Conto do Bilhete. O dos nudes Funciona da seguinte forma: há um perfil de uma menina jovem e bonita na rede social que busca vítimas homens. Eles entram em relacionamentos, trocam fotos íntimas e, logo depois, vem outra pessoa e diz que é o pai dela, faz ameaças e diz que precisa ser pago um valor para que não seja feito um boletim de ocorrência.
“Usam ainda fotos de delegados e agentes da polícia para ameaçar. Jamais os policiais vão pedir dinheiro para não realizar alguma investigação. As pessoas com medo acabam pagando.” Já o Conto do Bilhete, que fez as primeiras vítimas nos anos 90, é considerado como o primeiro da era dos golpes. Os farsantes exigem uma certa quantia em dinheiro da vítima para que ela receba um bilhete premiado na loteria. Geralmente, atuam entre duas a três pessoas e simulam ligações como se fosse para a gerência de bancos locais. “Até hoje, vemos especialistas nesse golpe. Elas escolhem as vítimas que são, quase sempre, idosos.”
Há ainda o Golpe da Tabela Pix que diz para a vítima repassar um valor que recebe outro maior. “Pessoal, isso não existe. Não há dinheiro fácil. Fiquem ligados também com vendas de produtos muito baratos na internet de pessoas e também de grandes redes. Há golpistas que usam o nome de empresas.”
Créditos: Carolina Schmidt