Mesmo que o Dia dos Namorados seja celebrado em uma data no ano, em 12 de junho, viver um relacionamento a dois e demonstrar os sentimentos vai muito além. Todos os dias é para vivenciar o respeito, amor, empatia, paciência e gratidão ao parceiro. O Jornal O Alto Taquari conversou com a psicoterapeuta holística, mestre reikiana/Auriculoterapeuta e especializada em terapia de casal, Bettina Ursula Seitz Goulart, sobre o assunto. Confira a entrevista!
Jornal O Alto Taquari – Por que a data é importante para o ser humano?
Bettina Goulart – É um convite a ressignificar o amor, a fortalecer os laços da relação, a reconquista, uma oportunidade para surpreender a (o) amada (o) uma vez que o inconsciente coletivo emerge para este movimento. Aos que estão acompanhados, desperta-se nesta data a expectativa da surpresa, de tornar o dia diferente, especial, além do rotineiro, estimulando a si e ao parceiro (a) a realização de algo diferente, algo que marque o momento. Aos que não possuem um (a) parceiro (a) buscarão se surpreender, se agradar, por hora se presentear, simbolizando que a primeira pessoa que de fato devemos aprender a amar é a nós mesmos.
AT – E sobre as etapas em um relacionamento como namoro, noivado e casamento?
Bettina – Não há uma receita pronta, em que diga que é certo ou errado, seguir ou não etapas dentro de uma relação. Entretanto, vejo na clínica que, casais que de fato passam pela fase da conquista, namoro, noivado, casamento, por fim constituição da família, possui uma evolução diferente na relação. Uma vez que tais etapas mencionadas acima, oportunizam conhecerem melhor um ao outro, equilibrando as diferenças, ajustando-se um ao outro. Cada casal é único e orquestra estas etapas bem como o tempo de cada uma delas. Não há espaço para comparações, os relacionamentos são ímpares, com especificidades distintas, ou seja, o que funcionou, deu certo em uma relação, necessariamente não significa que dará certo em outra relação. Importante aproveitarem o presente, sem se importarem com ‘rótulos’. As ditas etapas são tão somente construções impostas pela sociedade.
AT – Como escolher um bom parceiro para a vida?
Bettina – Para responder esta pergunta é necessário antes, fazer uma outra: ‘- O que para mim é um bom parceiro?’ Preciso me conhecer como indivíduo (a), aceitar minhas qualidades, reconhecer meus defeitos, compreender que não há ninguém perfeito, toda pessoa tem qualidade e questões a melhorar, mas é possível sim conhecer aquele alguém ideal para mim.
A grande armadilha está em buscar aquele alguém que irá me preencher, me completar, isso é utópico, só eu sou capaz de me completar, isso é uma responsabilidade tão somente minha. Quando se tem esta compreensão, tudo fica mais leve e fácil, e o bom parceiro para a vida, passa a ser aquele que é uma pessoa correta, que não mente, não trai, que respeita e é digno de honra.
AT – Quais os desafios de viver a dois atualmente?
Bettina – Sem dúvida alguma a tecnologia, as telas: smartphone, televisão, notebook, em especial uma ênfase nas Redes Sociais. A construção da confiança dentro de um relacionamento atualmente, tem-se apresentado muito instável, são exigências exacerbadas. A presença nas redes sociais tem desencadeado grandes conflitos dentro das relações nos últimos tempos. Neste contexto oriento a observarem a real necessidade de terem app de relacionamentos, se é útil, no que irá agregar na relação? Fazerem uso consciente e controlado das telas. Despenderem menos energia e tempo no virtual e dedicarem-se mais ao real.
AT – Fale sobre a fase do namoro que é tão importante para fortalecer o laço para um casamento.
Bettina – O namoro é a fase pré-maturo da relação sim, pode-se dizer que é um preparo para a vida a dois, entende-se aqui por casamento o ato de morarem juntos, passarem a ter suas vidas e rotinas compartilhadas. É muito útil no período de namoro, passar um bom tempo na casa do namorado (a), ver como são seus costumes, seus gostos e desgostos. Ter momentos de convívio com círculo de amizades, com seus familiares, imergir na cultura e costumes do (a) pretendente.
Pois é normal no período de namoro, nos doarmos mais, ceder as vontades do outro, ser mais compreensível, afinal estamos na fase da conquista ainda, em agradar nosso parceiro (a), e este é o perigo, acreditar que depois que temos a aprovação podemos de fato ser quem somos. Por isso muitos casais dizem que caíram na rotina, ou ele (a) não era assim, ele (a) mudou. É preciso ser verdadeiro, independente de qual fase da relação se está, ser quem de fato é, se respeitar, não forçar algo a qual não se consiga suster com o passar do tempo. Tudo é impermanente, estamos em constante mudança, mas não é correto iludir o outro e a si mesmo, a partir de uma imagem a qual se criou apenas para conquistar o (a) pretendente. Isso inclusive gera a tranquilidade e segurança de se estar sendo aceito pelo que se é
AT – Qual a dica que você dá para um relacionamento a dois saudável?
Bettina – É muito mais fácil um relacionamento a dois saudável, acredite dá menos trabalho do que aquele que não é saudável. Basta ser sincero, correto e respeitoso. Cultivar de uma boa comunicação, nutrirem um diálogo com escuta ativa. Converse com seu parceiro (a), pergunte como se sente, compartilhe de suas coisas com ele ou ela, de dois façam um, ou seja, sejam parceiros, companheiros um do outro com isso a convivência será pacífica e suave. Acredite é possível uma vida a dois tranquila!