A estação mais fria do ano chegou de forma oficial. Apesar dos dias com as temperaturas baixas já terem sido registrados desde o fim do mês de maio, na quarta-feira, dia 21 de junho, às 11h58min o inverno veio para ficar até 23 de setembro. Um período marcado por comidas quentes, vinhos, lareiras e aconchego do lar.
A expectativa é de que o inverno não seja tão rigoroso no Rio Grande do Sul. Segundo a meteorologista, Cátia Valente, isso vai ocorrer em função do impacto do El Niño e da nebulosidade. “Em anos em que esse fenômeno predomina, temos mais umidade do que o padrão normal. As frentes frias entram e trazem as chuvas. Além disso, junto com as frentes ao longo do outono/inverno sempre vem as massas de ar polar que, normalmente, são mais secas e vêm com o frio intenso. No entanto, a tendência é que sejam menos frequentes e mais curtos também. Teremos muito mais chuvas, pois a previsão é um fenômeno de moderado a forte. Com isso, a umidade fica mais persistente sobre o estado.”
Mesmo que as massas de ar polar sejam menos frequentes, haverá a ocorrência de geadas e de neve em alguns locais. “Isso vai acontecer, mas em menor quantidade, sem cair tanto a temperatura, em comparação com anos em que não temos o El Niño e sim a La Niña, pois ela é que favorece o frio mais intenso, situação que ocorreu nos últimos anos.” A meteorologista ainda lembra que o padrão é de que a região da Serra e campanha tenha temperaturas mais baixas em comparação com outras regiões gaúchas. No primeiro caso, é em função da topografia e no segundo pelo fato das massar de ar polar entrarem por essa região.
Conforme Cátia, o pico do El Niño este ano vai acontecer na primavera e, consequentemente, aumentará também o volume das chuvas na estação das flores. “De qualquer forma, como já está instalado no inverno a sua influência será muito percebida.
ENTENDA O FENÔMENO EL NIÑO
Como o El Niño vai predominar no inverno de 2023, entenda como ocorre o fenômeno climático que atinge as diferentes regiões do planeta. Segundo o site Uol, é caracterizado pelo aquecimento das águas do oceano Pacífico. Esse processo ocorre, geralmente com início no mês de dezembro, quando começa o verão no Hemisfério Sul.
Impacta de forma direta as características da circulação atmosférica e das águas marítimas do planeta, especialmente na porção tropical do globo, modificando assim o regime de temperaturas e de precipitações. As principais consequências do El Niño são: registro de períodos de secas e a elevação das temperaturas no subcontinente indiano, no Sudeste Asiático e na Austrália; favorecimento da ocorrência de tempestades, ou seja, o aumento das precipitações na costa oeste da América do Norte; predomínio de um tempo mais quente e mais seco, especialmente nos países continentais da América Central e a mudança das condições climáticas da América do Sul, com variações entre secas severas e grandes volumes de chuvas.