“É preciso aprender a desaprender para reaprender novamente”.
A frase, que parece complicada, é simples porque resume o desafio resultante dos novos tempos protagonizados pelos avanços tecnológicos. É impossível assimilar integralmente qualquer nova técnica ou “segredo” porque algo de inédito surgirá poucas horas depois. É inevitável!
A grande provocação consiste em encontrar o equilíbrio necessário de não ficar alheio às novidades e, ao mesmo tempo, não se tornar escravo de tudo que aparece como “inusitado”.
No processo de criação dos filhos, por exemplo, as preocupações são ainda mais presentes. É impossível educá-los distante da tecnologia. Do contrário, os prejuízos resultantes da pandemia seriam ainda mais graves. Afinal, ao longo de dois anos tivemos aulas on-line, chats e outros recursos usados de maneira intensa para mitigar as perdas pedagógicas no período de isolamento humano.
Nas relações sociais, o bom senso também deveria preponderar. Encontrar o “par perfeito”, reencontrar amigos e antigos colegas de escola ou ainda buscar alternativa de colocação no mercado de trabalho hoje são reações consideradas normais. O exagero, no entanto, por vezes confunde as pessoas, isola e causa angústia junto àqueles focados exclusivamente em tecnologia.
O fato humano é, e será por muito tempo, o fiel
da balança entre relações pessoais e tecnologia
Criamos um mundo a partir da nossa percepção da realidade. De nada adianta apenas absorver conteúdos filosóficos ou técnicos. A experiência pessoal ensina tanto (ou mais) que observações e pesquisas. Aplicar na prática as descobertas teóricas forja a imagem que temos do mundo e das pessoas com quem interagimos.
A ansiedade tem sido parceira onipresente neste mundo tecnológico que invade o nosso cotidiano. Temos muitas escolhas para tudo, o que por vezes dificulta nossas opções. É preciso foco naquilo que nos leve a novas soluções e deve evitar a repetição de erros. “A motivação é uma porta que se abre por dentro”, dizem os neurocientistas e especialistas em comportamento humano.
O comportamento humano é um enigma em que é preciso estar preparado para o improviso, para ter resiliência, capacidade de adaptação e humildade. Sem estes atributos viver é apenas um exercício de sobrevivência. O fato humano é, e será por muito tempo, o fiel da balança entre relações pessoais e tecnologia.