VACAS MAGRAS
O setor lácteo, um dos negócios mais importantes para o agro gaúcho está passando por uma crise. Uma estiagem prolongada no ano passado, falta de políticas de enfrentamento da guerra fiscal e a desenfreada importação de leite do Uruguai e Argentina estão piorando a situação, sem que haja perspectivas de amenizar a crise no curto prazo. Uma das reivindicações do setor é que sejam liberados os valores do Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite do Rio Grande do Sul (Fundoleite) destinado a custear e financiar ações e projetos dos produtores gaúchos. No momento, poderia servir de investimentos para os produtores, frente às dificuldades de competividade perante as importações mais baratas dos vizinhos. Entre 2004 e 2021 a produção de leite cresceu 86,02% no Estado, com 4,39 bilhões de litros, o que representa em torno de 12,26% da produção nacional. Dados do Sindilat indicam que 39,3 mil estão registrados como produtores no Rio Grande do Sul, que é o terceiro maior produtor de leite do País, atrás do Paraná e Minas Gerais. Entre 2015 e 2023, mais de 50 mil produtores abandonaram a atividade. Em relação à competividade, outros problemas enfrentados são a insuficiente produção de grãos, (milho e soja, cujos preços estão em alta), logística de transportes.
OLHAR PARA O PAÍS
Foco na política interna ou externa? Em que medida? Em cinco meses Lula ficou 31 dias fora do país e com suas comitivas viajou para nove países, gastando só em hospedagem de hotéis de luxo, R$ 7,3 milhões. Não trouxe resultados concretos, mas aproveitou para uma campanha pessoal em ser agraciado com Nobel de Paz. A campanha oculta é feita com dinheiro público, fazendo ora um tipo de discurso, ora outro, que já não se sustenta em função das redes sociais. Viajando ao lado da sua deslumbrada Primeira Dama nosso presidente Lula tem prometido muito mais ajudar os países vizinhos e em dificuldades como é o caso da Argentina, com investimentos subsidiados. O presidente Alberto Fernandez esteve pela quarta vez no Brasil na semana passada e disse que na crise “se pede ajuda aos amigos”. E o povo brasileiro? A Argentina quer que o governo Lula ajude as empresas brasileiras com exportações subsidiadas, porque a Argentina precisa melhorar sua balança comercial. Cuba, outro país amigo está enfrentando crise de abastecimento de remédios. O nosso Ministérios da Saúde fez em março doação de antibióticos para tratar sífilis e gonorreia. Mais uma remessa de um antiviral indicado para hepatite B está sendo preparada e deverá ser enviada pelo Ministério da Saúde. São remédios que possivelmente venceriam, mas é preciso considerar que aqui no Brasil faltam remédios em locais longíncuos. E a alta dos medicamentos? Nos seus discursos fora do país, Lula pouco defende nossa indústria e nosso agro. Aborda temáticas ambientalistas pouco alinhadas com a realidade amazônica – para agradar os europeus que precisam ultrapassar as próprias fronteiras para enfrentar crises internas sem precedentes em função do pós- pandemia, guerra entre Rússia e Ucrânia e outros desgastes internos. Então infelizmente, no momento em que o Brasil deveria e poderia estar assumindo um protagonismo maior em função de todas as nossas potencialidades naturais, estamos entrando num perigoso jogo de poder a serviço das históricas elites (políticas jurídicas que aparelham instituições) que se concentram e que tem a caneta na mão e com ela assinam o que convém para benefício próprio e de uma minoria amiga. Em contrapartida cresce a insegurança, a ilegalidade e o crime organizado. Medidas que estão sendo tomadas para ajudar algumas indústrias como é o caso da automobilística, (incentivos para compra de carros e veículos com desconto) são paliativas. Ajudar os mais vulneráveis, através do Bolsa Família e outros programas é fundamental. Mas o que não está sendo feito é investir em programas mais objetivos para erradicar a pobreza principalmente através de educação e oportunidades de emprego e renda, notadamente em estados mais pobres. Se fosse pelos discursos, esta população mais vulnerável já teria há muito superado a pobreza e dependência. Mas governos autoritários e populistas sempre preferem manter a dependência, que dá mais voto. Fora isto temos que considerar que o Governo e grande maioria dos seus ministros estão ocupando cargos mais por critérios políticos e menos por critérios de capacidade técnica. Quem se destaca entre os atuais Ministros? É cedo para dizer, claro. Estamos apenas no sexto mês de governo.
INELEGIBILIDADE DE BOLSONARO – Na poderosa Corte com poder supremo segue o julgamento do ex-presidente Bolsonaro. Deve estar sendo concluído hoje. No julgamento em questão, crime principal: abuso de poder político e indevido dos meios de comunicação ao ter convocado embaixadores em junho de 2022 para alertar sobre segurança das urnas eletrônicas. O então presidente ousou em seu poder político. Ignorou que numa ‘democracia’ não se pode questionar, duvidar, aperfeiçoar, nem ousar pedir recibo de voto. O Brasil deveria exportar este modelo e quem sabe ganhar com esta inteligência tão inquestionável. Deveríamos por esta lógica, também abolir das nossas relações pessoais, comerciais, financeiras, acordos, o hábito de pedir recibo e cópia de documento. Afinal a maioria de nós pede recibo não por desconfiar, mas por segurança e transparência.