Pelo menos cinco ruas foram interditadas em Arroio do Meio devido a elevação das águas do rio Taquari e seus afluentes, em decorrência de ciclone extratropical que atingiu a região Sul do Brasil. Às 11h desta quinta-feira as réguas do Balneário Recreio Municipal no bairro Navegantes, marcavam 26,4m, crescendo 25cm em relação a medição feita às 9h. De acordo com a Defesa Civil, a tendência é que a cheia não ultrapasse 27,5m, pois o nível do rio já estava estabilizado em Santa Tereza. Ao todo choveram em torno 104mm nas últimas 24h. Não houve transtornos mais graves e vendavais como em outras regiões do RS e SC.
Estavam interditadas as rua do Wünsch, a Dom Pedro II (entre o Centro e o Parque de Máquinas), a estrada geral da Cascalheira nas imediações do campo do Juventus, a estrada geral de Forqueta Baixa nas imediações do campo do Juventude e a Travessa Pedro Schwarzer no bairro Aimoré. Três famílias foram desalojadas por precaução e receberam abrigo no ginásio do Loteamento Glória.
Em âmbito estadual 468 mil pessoas ficaram sem energia elétrica e ao menos 38 municípios contabilizam prejuízos, sendo que três decretaram situação de emergência. Com todo o território do estado sob alerta, as aulas nas redes estadual de ensino foram suspensas.
Em Santa Catarina, casas foram destelhadas e árvores arrancadas pelos fortes ventos.Além dos estados da região Sul, rajadas intensas de vento devem atingir São Paulo e Rio de Janeiro. Já a frente fria avança até parte do Centro-Oeste.
DESABAMENTO DEIXA CINCO MORADIAS EM SITUAÇÃO DE RISCO NO CENTRO
Um desabamento registrado na madrugada de sábado atingiu a encosta do arroio do Meio, nos fundos da rua Waldemar Moesch, no Centro de Arroio do Meio. Segundo informações da Defesa Civil, três imóveis, sendo dois de dupla moradia foram interditados após análise da equipe técnica do município e Corpo de Bombeiros de Laejado. A alegação é que a reincidência de chuvas pode causar novos desabamentos.
Pelos menos quatro metros da encosta com vegetação desbarrancou causando danos parciais na estrutura de um dos imóveis. Os moradores foram abrigados na casa de familiares em Arroio do Meio. Os proprietários de imóveis foram orientados a procurar o Centro de Referência em Assistência Social (Cras), para viabilizar permuta com lotes sociais em loteamentos estabelecidos no município. Também está sendo oferecido aluguel social para ajuda de custos dos atingidos.
O coordenador da Defesa Civil, Valdecir Crecêncio, destaca que três das cinco moradias eram ocupados por locatários, sendo que mais da metade, eram moradores que estavam no município de forma temporária. Apenas um dos imóveis com dupla moradia era ocupado por proprietários. A técnica em enfermagem Aline Isabel Peralta, 40 anos, sua mãe Hildergart Hentges de 68 e sua filha Marina Schuck de 14 anos.
Segundo Aline, a família possui o imóvel há mais de cinco décadas. “Quando voltei para casa na madrugada de sábado estranhei uma clareira e a falta da vegetação. Perdemos cerca de 3m do pátio dos fundos. Não temos para onde ir. Se morássemos de aluguel não iríamos pensar duas vezes. Mas é inviável pagar dois aluguéis, mesmo ganhando ajuda do Cras, é necessário dispor de fiador ou cheque caução. Já tínhamos ideia de sair daqui, mas dependemos do piso da enfermagem. Hoje meu salário está comprometido. Não podemos morar numa localidade longe do Centro, porque além de atuar no Hospital São José como técnica de enfermagem, sou uma das instrumentadoras do Centro Cirúrgico e instalo exames no Centro Clínico, também atuo como diarista três vezes por semana. Não temos carro”.
PONTE INTERDITADA EM ARROIO GRANDE
A Defesa Civil do município interditou na manhã de quarta-feira, em Arroio Grande, a ponte que dá acesso ao sul do morro Gaúcho e São José, e a estrada secundária da localidade. Pede-se a atenção dos motoristas e que utilizem acessem a estrada secundária, pela avenida de Arroio Grande Central, passando pela Escola Duque de Caxias, nas imediações da Igreja da Comunidade Católica São Felipe e São Tiago.
Os coordenadores da Defesa Civil, Cristian Perin e Valdecir Crecencio estão realizando o monitoramento do rio Taquari, informando que no momento enchentes estão descartadas. Existe preocupação com um temporal por o município está no eixo do ciclone.
Moradores e políticos questionam paralisação de obras na VRS-811
Alguns moradores do trecho não asfaltado da VRS-811 entre Linha Cairu, Travesseiro e o Distrito de Forqueta, Arroio do Meio, voltaram a questionaram a paralisação das obras de asfaltamento.
Um dos moradores ouvidos pela reportagem do AT, Mathias Henz, 28 anos, de Linha Cairu, destaca que são pelo menos dois meses de abandono. O maior transtorno está no acesso às residências e propriedades ao longo do trecho, pela falta de bueiros e acabamentos na terraplanagem. “A situação é considerada caótica. Uma anarquia”.
O assunto também foi levantando pela oposição na Câmara de Vereadores de Arroio do Meio, que qualificou os serviços prestados como paliativos e de fachada, no dia 05.
O secretário de Administração de Arroio do Meio, Áurio Paulo Scherer, relata que viu a Kombi da empreiteira subindo para trecho. “Pelo que soube estavam trabalhando na altura da propriedade do professor Paulo Alécio Weizenmann. Talvez suspenderam os trabalhos em decorrência do clima. Não tive tempo de buscar mais informações”.
O prefeito de Travesseiro Gilmar Southier, destaca que não contatou Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e representantes do Estado, porque o trecho de Travesseiro está pronto. “A empreiteira concluiu nessa semana uma obra de 650 metros de asfalto em Picada Essig. O investimento foi de R$ 1.040”.
A assessoria de imprensa do Daer confirmou que a obra da VRS-811 segue em andamento. “Neste momento estão sendo executados serviços de terraplanagem, drenagem e pavimentação. Já foram pavimentados o total de 8,4 km do trecho”, segundo nota.
No início da semana, uma equipe do Daer foi vista realizando estudos técnicos para sinalização da ERS-482 em Arroio Grande.