O Conselho Municipal do Meio Ambiente (Codemam) realizará no Morro Gaúcho o Projeto Bichos do Morro. A iniciativa foi apresentada pela presidente, a bióloga Patrícia Aguiar, durante a reunião do Grupo ‘Conversando Sobre Turismo’ na noite de terça-feira, dia 25, na sede da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Arroio do Meio (Acisam).
O objetivo é conscientizar e promover a sensibilização para a comunidade sobre a necessidade da preservação da fauna que vive no local. Conforme explicou Patrícia, o grupo irá estimular a consciência ambiental coletiva por meio da colocação de placas na antiga pedreira e no acesso ao Morro São José na ERS-130. O material irá conter imagens, nomes científicos, populares e demais informações sobre as espécies. “O projeto vai contar com apoiadores como empresas, entidades e departamento do meio ambiente. Ainda teremos uma parceria com a Educação para trabalhar o tema nas escolas e realizar visitas com os alunos. Será criada também uma cartilha informativa.”
Patrícia ressaltou que será feito orçamento com fornecedores da região e o financiamento do projeto será por meio do Fundo do Meio Ambiente de Arroio do Meio. Os valores vêm de multas e taxas ambientais. A previsão é lançar a campanha em 22 de setembro quando é celebrado o Dia de Defesa da Fauna.
Além de apresentar o projeto que será executado no município, Patrícia também trouxe estudos realizados sobre as espécies de animais que estão presentes no Morro Gaúcho. Entre elas, tatu, tamanduá, macaco, roedores, morcegos, lebre, felinos como o gato do mato pequeno, mourisco e maracajá, pássaros, anfíbios e répteis. No total, há 59 espécies de mamíferos e mais de 130 de aves. Entre as ameaças para a fauna do morro, está a caça ilegais; a presença de trilheiros e ainda os palmiteiros que vão retirar a planta.
RELAÇÃO URBANA RURAL E PAISAGEM
No encontro, a arquiteta Aline Cristiane Scheibe, que é doutoranda da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), apresentou na reunião estudo sobre a relação urbana rural e paisagem. Ela citou que as cidades devem ser mais humanizadas e o contato com a flora e da fauna é fundamental para a vida humana. “Nós tratamos ainda a área rural não como algo a ser preservado, mas para ser urbanizado. É preciso ter o equilíbrio ambiental. Se as pessoas viverem demais nas cidades grandes, haverá colapso, pois faltará pessoas para atuarem no campo.”
Aline lembrou de uma legislação de 2012 que possibilita que os municípios ampliem o perímetro urbano para a zona rural com projeto específico. No entanto, a mudança ainda não é percebida na região. A arquiteta também apresentou o case de Lajeado sobre o assunto. Em 1970, 74,27% das pessoas viviam no meio rural e em 2010 a taxa de urbanização ficou em 99,6%. Também mostrou ao longo das décadas e nos quase 200 anos como a cidade se dividiu.