Os associados novamente vão decidir sobre o futuro da Cooperativa Languiru. Em assembleia extraordinária convocada para o dia próximo dia 18, eles vão deliberar sobre o processo de liquidação extrajudicial. A medida foi anunciada ontem pela manhã em coletiva de imprensa na sede da cooperativa. Participaram o presidente Paulo Roberto Birck, o vice Fábio Secchi e o advogado Evandro Weisheimer, contratado para conduzir e orientar neste processo.
Conforme Birk, desde que a nova gestão assumiu, houve muitos desafios. Nos últimos dias, em virtude de ações judiciais de credores, a cooperativa teve as contas bloqueadas, agravando a situação. Com isso, foi ajuizada uma medida cautelar, deferida pela Justiça na quarta-feira, a fim de preservar o patrimônio e dar continuidade às atividades. A partir desta medida cautelar, as contas estão desbloqueadas, o que permite a continuidade dos trabalhos, o que inclui o pagamento dos colaboradores e dos associados.
O próximo passo é o processo de liquidação extrajudicial da cooperativa, que tem validade por um ano, podendo ser prorrogado por mais um. O procedimento de liquidação extrajudicial, previsto na legislação das cooperativas, permite a participação dos associados e, por isso, foi considerada a medida mais adequada, ao contrário de um pedido de recuperação judicial. Prevê a reorganização da cooperativa, com um plano de pagamento dos credores, este ainda em fase de elaboração e que será apresentado oportunamente.
“A liquidação não importa numa extinção. Nem todo o processo de liquidação se chega na fase da extinção da organização. E este é o objetivo da Languiru. O procedimento de liquidação é para que se possa estruturar a cooperativa com a proteção patrimonial que está prevista na lei das cooperativas que tem um efeito similar a esta cautelar que foi deferida pelo Poder Judiciário no dia de ontem (quarta-feira) que protege o patrimônio e as contas da Languiru enquanto tramita o período de liquidação”, explicou o advogado Evandro, salientando que a cooperativa não vai parar neste período de até dois anos.
Se no dia 18 os associados aprovarem o processo de liquidação, haverá algumas alterações. A presidência, vice-presidência e os conselhos serão dissolvidos e substituídos por um liquidante, eleito pelos associados, auxiliado por um conselho fiscal. A cada seis meses obrigatoriamente deve ocorrer uma assembleia geral para prestação de contas. Também estão previstos encontros com credores.
Tanto o presidente como o vice salientaram que o processo de liquidação é uma medida emergencial, necessária para continuar operando. Ressaltaram ainda que nestes dois meses várias decisões foram tomadas para estancar os prejuízos e não aumentar o valor da dívida que passa de R$ 1 bilhão. O patrimônio da cooperativa, observou Birk, é superior ao valor da dívida.