A estimativa de produção para a Safra de Grãos de Verão 2023/2024 no RS deve ficar em 36 milhões de toneladas, o que representa 49,13% acima da safra passada, que foi de 24,2 milhões de toneladas (dados preliminares do IBGE). A área cultivada será de 8.,5 milhões de hectares, ou seja, 1,72% a mais do que a Safra 2022/2023, de soja, arroz, milho e feijão 1ª safra. O anúncio foi feito na manhã de terça-feira (29/08), pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), durante Café com a Imprensa na Expointer.
A soja apresenta a expectativa de maior produção para a próxima safra, que é de 22,4 milhões toneladas, 73,03% acima das 12,9 milhões de toneladas da safra anterior. Isso se deve à produtividade esperada, que é de 3.327 kg/ha, ou seja, 70,71% a mais do que os rendimentos da safra passada, que foram de 1.949 kg/ha. A área cultivada com a oleaginosa pouco muda (1,30%), passando de 6.658.472 para 6.745.112 hectares. O milho deve atingir uma produção de 6 milhões de toneladas, ou seja, 53,24% acima da produção obtida na safra passada, que foi de 3,9 milhões de toneladas. Isso deve ser obtido com os bons rendimentos projetados, de 53,15% acima da safra anterior, que foi de 4.841 kg/ha, chegando a 7.414 kg/ha nesta safra. A área plantada ficou em 817.521 hectares, 0,7% menor do que na safra anterior.
De acordo com o meteorologista da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Flavio Varone, “não devemos ter estiagem no RS, pois o El Niño, extremamente forte, vai se estender para o início do próximo ano”. Varone apresentou o Prognóstico Climático Trimestral para setembro, outubro e novembro, que indica para o Estado chuva acima da média na maioria dos municípios, com precipitação dentro da normalidade, com períodos de umidade acima da média na maioria das regiões, nos meses de outubro e novembro. “O Rio Grande do Sul sempre tem estiagem em períodos curtos e em áreas isoladas, o que pode ocasionar algum prejuízo, conforme a fase da cultura”, ressalta Varone, ao observar que, pela alta umidade projetada para os próximos meses, as temperaturas médias para os dias serão amenas e as noites mais quentes.
GEADA SEM PERDAS EXPRESSIVAS – A geada registrada na manhã do último domingo, dia 27, não trouxe prejuízos relevantes nas propriedades rurais de Arroio do Meio. De acordo com o técnico agrônomo da Emater/RS-Ascar, Elias de Marco, as localidades de Arroio Grande e Forqueta foram as mais atingidas pelo fenômeno meteorológico que consiste na formação de uma camada de gelo sobre superfícies expostas ao relento.
Como não havia muita umidade no solo, em decorrência da escassez de chuvas nas últimas semanas, não houve congelamento da estrutura interna das plantas. Apenas sofreram queimaduras, brotinhos de batata e ervinhas. Nos pés de milho com nove folhas, por ora, não foram constados danos. No trigo, só será possível ver impactos na floração, dentro de duas semanas. Como se trata de uma cultura menos rasteira, a expectativa é de que não tenha sofrido danos relevantes.