Com a enchente histórica do dia 5 de setembro, igrejas e salões comunitários nunca antes atingidos foram inundados ou destruídos pela água do rio Taquari. O salão da Comunidade Nossa Senhora Aparecida da rua Tiradentes, no bairro Navegantes, foi devastado pela força da água. Restaram escombros.
A igreja Nossa Senhora dos Navegantes foi inundada. A parte interna ficou revirada e coberta de lama. Os bancos foram deslocados e alguns destruídos. O altar tombou. A igreja ainda não foi aberta para limpeza porque a prioridade inicial é o auxílio às famílias mais afetadas pela enchente.
O pavilhão da comunidade do Navegantes foi bastante atingido. A parte dos fundos, onde ficava copa, cozinha, churrasqueiras e sala de catequese, foi destruída. “A estrutura do salão principal está em pé, mas o puxado na frente, as portas, e parte da parede de tijolos desapareceram. Praticamente tudo que tinha dentro do pavilhão foi embora, sobrou pouca coisa. O barco da procissão (barco da esperança) ficou”, relata o padre Alfonso Antoni.
A Igreja Evangélica Assembleia de Deus do bairro Navegantes também foi atingida. Muitos voluntários auxiliaram na limpeza e agora, conforme o pastor Joaquim Soares da Silva, ali está funcionando um ponto de atendimento e coleta de material para distribuição e auxílio às pessoas afetadas pela enchente. Alimentos e produtos de limpeza são o mais necessário no momento.
A Igreja do Evangelho Quadrangular, no Centro, ficou submersa. O templo teve o forro arrancado e a parte elétrica foi danificada. Na segunda-feira, a maioria das coisas foi retirada antes da água chegar. “Por volta das 18h30min subimos as coisas da parte baixa da igreja. Quando chegaram as notícias de Muçum, nos assustamos e retiramos tudo. Começamos às 21h e terminamos às 23h. Saímos já com água no joelho”, relata o pastor Thales Nunes.
Não foi possível a retirada do Datashow e dos cinco aparelhos de ar condicionado, além das dezenas de cadeiras plásticas que ficaram. A limpeza do espaço iniciou logo após a água baixar. A igreja está aberta para ajudar a comunidade e já recebeu roupas, água e alimentos que estão sendo distribuídos para a população atingida pela enchente.
Salão da Medianeira teve estrutura afetada
No bairro Medianeira, uma parede lateral e parte do telhado do salão, onde também são realizadas celebrações da comunidade, caíram. “Na enchente de 2020, a água entrou 1,25 metro e dessa vez cobriu quase todo o salão. Na segunda-feira, antes da enchente, foi feito um mutirão para retirada de louças e utensílios, porém a força da água derrubou parte da estrutura e causou danos hidráulicos e elétricos”, explica Elisia Kafer Schneider, tesoureira da comunidade.
“Estamos limpando e arrumando para ver se vamos conseguir fazer a celebração da missa no dia 23 de setembro. A parede caída foi fechada e o salão ficou menor. Algumas coisas de menor valor foram perdidas e as mesas, cadeiras e o congelador foram lavados com lava-jato”, completa a tesoureira.
Igrejas de Palmas foram invadidas pela água
Pela primeira vez na história, a igreja e o salão da Comunidade Evangélica da Paz de Palmas Sul, ficaram inundados pela cheia do rio Taquari. Na entrada da igreja, a marca que ficou, mesmo após a limpeza, sinaliza que havia mais de um metro de água no ambiente. Já no salão, que fica em um nível mais baixo, a altura foi ainda maior.
A limpeza da igreja foi realizada na quinta-feira da semana passada. Na sexta, já estava pronta para receber as doações de roupas, alimentos, material de limpeza, colchões, entre outros itens. Boa parte dos donativos já foi repassada para as pessoas que precisavam, mas ainda há roupas e calçados à disposição.
No domingo, foi feito um mutirão para limpar o salão, onde as perdas são mais expressivas. Conforme a presidente da comunidade, Arilene Wilsmann, restaram, danificadas, as mesas de fórmica, balcões e armários e os equipamentos elétricos precisam ser avaliados. As cadeiras de plástico foram lavadas, assim como as toalhas de mesa e todos os utensílios da copa, cozinha e churrasqueira.
Arilene conta que nas enchentes anteriores a água sequer chegava próxima da igreja e que jamais imaginava esse cenário. Apesar de toda a situação, enaltece o voluntariado e a rede de solidariedade que se formou com o intuito de ajudar a todos os atingidos pelo desastre.
A igreja, a capela mortuária, o cemitério e o salão da Comunidade São Carlos de Palmas também foram bastante afetados pela água da enchente. A capela mortuária ficou totalmente submersa. Na igreja, a altura da água passou dos quatro metros, assim como no salão comunitário. O cemitério ficou coberto de lama. Conforme o padre Alfonso, no último domingo, a comunidade de São Carlos realizou um mutirão para iniciar a limpeza dos locais atingidos.