Diante de tantas dificuldades que bateram de forma inesperada na nossa porta nos dias 4 e 5 de setembro com consequências gigantescas, com muito trabalho e esforço coletivo, não pode haver espaço para vaidades pessoais e disputas de poder. A união de políticos de situação e oposição ou de qualquer corrente partidária em torno de um objetivo comum da reconstrução é fundamental. São momentos em que se revelam muitos líderes pela sua capacidade de pensar e propor ações pelo bem de todos. No início da semana, o presidente da Câmara de Vereadores, Paulo Heck propôs ao prefeito Danilo uma reunião envolvendo entidades comunitárias do município para auxiliar no controle e distribuição de donativos, que vieram em grande volume, principalmente roupas, calçados, mantimentos, água, produtos de higiene e limpeza. Na nova etapa, além da alocação de famílias que ainda não voltaram para casa, o que deve ocorrer nos próximos dias, terá destinação de móveis, utensílios, e outros materiais que foram recebidos em doação ou que ainda vierem para serem distribuídos de forma criteriosa, seguindo orientação da definição de uma comissão envolvendo representantes de entidades (Ver os nomes na página 6). Apesar de todo o trabalho pela frente, é consenso de que ir mapeando e levantando prioridades para resolver carências de curto, médio e longo prazo é fundamental, com a maior transparência possível. É consenso também que será necessário trabalhar em várias frentes (setores), além da questão de auxiliar as famílias mais vulneráveis em suas necessidades básicas. Nesta linha de planejamento e ação, atenção voltada para a indústria, comércio e serviços e agricultura que são as bases da nossa economia vão exigir apoio, linhas de crédito para fomentar e manter empregos e renda.
Precisamos garantir os empregos para restabelecer a economia
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Arroio do Meio, Adelar Steffler, tem reiterado que Agricultura, Comércio, Serviços e Indústria são importantes. Nesta sexta, as entidades empresariais de Arroio do Meio, prefeitura municipal com apoio do Sebrae, Secretaria Estadual de Desenvolvimento, Junta Comercial, e CIC Vale do Taquari, fazem um mutirão de levantamento e cadastro de dados do impacto de prejuízos sofridos pelas empresas locais. O atendimento será das 9h até às 17h na sede da entidade, na Visconde do Rio Branco 527. Uma das preocupações será a manutenção de empregos para garantir renda o que repercute e faz a economia girar e restabelecer a reconstrução dos locais mais atingidos.
Empresas fazem sua parte
Mesmo que a conjuntara não seja das mais favoráveis para empreender, pelo fato do atual projeto de governo ser mais estatizante, promovendo gastos e inchaço público, sem entregar eficiência em serviços, apesar de toda a insegurança jurídica promovida pelo STF que extrapola em suas competências interferindo nas ações dos poderes Executivo e Legislativo e na própria economia, o Brasil tem muitos empresários de grande valor. Para nossa sorte muitas destas empresas de porte pequeno a grande e muito diversificadas estão com unidades aqui no Vale do Taquari.
Pela liderança do empresário Roberto Argenta, na próxima segunda-feira a unidade da fábrica de Calçados Beira Rio começa a operar pelo setor de corte, na terça, dia 26, recomeça o setor de costura. Por último retorna a montagem que será no dia 9 de outubro. A unidade é responsável por 700 empregos diretos e teve em torno de R$ 30 milhões de prejuízos com a enchente provocada pelo ciclone extratropical.
Aqui em Arroio do Meio uma empresa das mais atingidas foi a Minuano que também fez um esforço gigantesco nas últimas semanas para retomar as atividades, recuperando máquinas e instalações. Segundo o gerente Joacir Salvi as atividades devem ser normalizadas gradativamente a partir de segunda-feira.
Um Pouco de Cada Um
Sempre nos orgulhávamos muito da nossa cidade bonita, limpa, florida. Casas bem pintadas, gramados, varandas, sem lixo pelo chão… Apesar das centenas de caminhões de entulho já recolhidas, de limpeza de lodo por máquinas, basta dar uma olhada, para perceber o quanto ainda tem por fazer. Mas com tempo bonito, e honrando a cultura do nosso povo, temos visto que a grande maioria está dando a volta por cima, e em vez de lamentar, agradece pela vida e o faz, limpando suas calçadas, para não esperar que a prefeitura assuma tudo neste momento de tantas demandas. Também é louvável que muitos se envolveram de forma voluntária em mutirões de limpeza para quem não tem condições físicas de se envolver na tarefa.
Ajuda financeira
Além das fotos para justificar preocupação com a base eleitoral e promessas, quanto dá para esperar de ajuda financeira por parte dos governos estadual e federal em termos de recursos? Uma fonte ligada a prefeitos do Litoral que foram fortemente atingidos no mês de junho e que estavam entre os atingidos pelo ciclone, garante que 90 dias depois do evento que deixou centenas de pessoas desabrigadas e prejuízos, os recursos ainda não vieram. Cabe lembrar que além da maior enchente que atingiu nos dias 4 e 5 de setembro o Vale do Taquari, vários outros municípios e regiões do Estado já foram afetados este ano com eventos climáticos.