Os prejuízos deixados pela enchente em Arroio do Meio são incalculáveis. Além de desalojar entre 1.500 e 2.000 pessoas, a água invadiu um grande número de estabelecimentos comerciais e de serviços, indústrias e prédios públicos. Na agricultura lavouras, silagem e animais foram perdidos.
“Os prejuízos são incalculáveis”, avalia o prefeito Danilo Bruxel, destacando que o rio Taquari subiu quase três metros a mais do que em 2020. Ele espera poder contar com a ajuda dos governos federal e estadual, para a reconstrução do município. Em reunião na tarde de quarta-feira, na Univates, tanto o governador Eduardo Leite, como os ministros Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional, e Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social, que mais cedo sobrevoaram as áreas mais afetadas, sinalizaram apoio aos municípios atingidos pela catástrofe.
Bruxel considera que os recursos precisam chegar de forma rápida, com menos burocracia possível, visto que a necessidade é urgente. Ele espera poder contar com ajuda dos governos para três frentes, em especial: para a reconstrução das cerca de 150 casas que ficaram destruídas ou foram deslocadas; recurso facilitador para empresas e comércios atingidos e para a agricultura. “Não temos condições e estrutura para atender toda a demanda, precisamos dos Governos Federal e Estadual. Cada um entra com sua parcela. Nós estamos fazendo o que está ao nosso alcance. O governador nos disse que não vai medir esforços para ajudar os municípios afetados”, avalia.
A Univates vai centralizar o levantamento técnico da enchente e seus danos, a fim de embasar os prefeitos e a região na busca por recursos e medidas emergenciais de auxílio.
Reconstrução
Na questão das moradias a situação é preocupante. Nunca houve um número tão expressivo de residências levadas ou deslocadas pela força da água. O número pode ser ainda maior, já que até a manhã de quinta-feira, não havia um levantamento mais preciso diretamente nos locais mais atingidos pela fúria do rio Taquari. Há ainda os imóveis que ficaram muito danificados e, possivelmente, não terão mais condições de habitação pelo comprometimento da estrutura. A questão do aluguel social, pondera Danilo, também precisa ser avaliada, já que a disponibilidade de imóveis que se enquadram é pequena.
A prioridade inicial da Administração é atender as demandas mais urgentes, como fornecer abrigo, alimentação e roupas para quem precisou sair de casa. Na quinta-feira pela manhã eram pelo menos 600 pessoas alojadas nos ginásios do Glória, Barra do Forqueta, Aimoré e do Sete, em São Caetano. O município, com a colaboração de voluntários e de muitas doações, fornece café da manhã, almoço, janta e lanche.
Tanto o prefeito, como a vice Adriana Meneghini Lermen, estão diretamente envolvidos desde a noite de segunda-feira. Destacam que além da população, a enchente também atingiu prédios públicos, a exemplo da Escola Comunitária de Educação Infantil (Ecei) Atalaia, a Escola Construindo o Saber e a Estratégia da Saúde da Família (ESF), todos no bairro Navegantes, além da subprefeitura de Palmas, o setor de Serviços Urbanos e a secretaria de Obras. “Estamos tentando fazer nossa parte. Estamos abraçados com a causa e vamos nos ajudando”, diz Bruxel, que considera um momento muito delicado e triste, cuja superação precisa da ajuda e colaboração de todos.
A reconstrução não será um processo rápido e simples. Por isso, a Administração pede que as pessoas tenham paciência e calma, pois são muitos os que precisam de ajuda e nem sempre ela é tão rápida quanto as famílias desejam.
Adriana ressalta que apesar de tudo, formou-se uma grande rede de solidariedade. Além de empresas, entidades, grupos e pessoas da comunidade, vários municípios estão enviando donativos. Travesseiro e Pouso Novo também disponibilizam máquinas e servidores para auxiliar o município-mãe. Travesseiro, inclusive, disponibilizou um caminhão na noite de segunda-feira para a remoção de pessoas. “O que nos conforta um pouco é que apesar de toda a situação difícil, há um grande número de pessoas querendo ajudar, de uma forma ou de outra”. A coordenadora do CRAS, Juliane Duarte, reforça a posição da vice, afirmando que as doações estão chegando desde a terça-feira. São alimentos, água, roupas, móveis, produtos de limpeza, entre outros. A concentração dos donativos, bem como a retirada, é no Salão Paroquial. No CRAS estão concentrados os donativos de alimentos perecíveis.