A semana da Pátria nunca mais será esquecida, por nós, do Vale do Taquari. Especialmente, para àqueles que perderam vidas, que perderam casas, que foram tomados pelas águas desenfreadas e devastadoras. As águas deixaram rastros impagáveis e levaremos um tempo para que tudo seja reconstruído, embora, também, é preciso dizer que a vida segue e, juntos, somos fortes para essa reconstrução. Sabe trabalho de formiguinha?
E, por falar, em seguir, precisamos entender o que aconteceu e o que fazer para evitar e ou minimizar. Sou muito abençoada por ter amigos muito inteligentes, de diversas áreas e que me atualizam de fatos, de notícias, como essa tragédia que nos assolou. E, por isso, hoje, a consentimento dele, eu transcrevo as sábias e estudas palavras de Paulo Martini (paulista, com raízes familiares no Vale) para explicar o fenômeno. E faço isso, pois me irritam ‘fakes’, demagogias; nesse momento tão triste. Você não concorda?
“Te escrevo para te colocar algumas observações de cunho científico para ajudar a entender o evento terrível. Faço para confrontar um pouco versões desavisadas e enviesadas.
Atribuindo a questão para às comportas do Rio das Antas. Preciso colocar então a realidade dos eventos geradores com base em comprovados fatores climáticos.
Podemos começar com o El Niño que veio se acelerando nestas últimas semanas ao ponto de transcender massas quentes e úmidas desde o Pacífico para o interior da Amazônia. Dali estas massas foram transportadas pelos rios atmosféricos chegando ao norte gaúcho. Daí o ciclone passou a exercer sua influência. Parte da massa com alta umidade foi jogada para o interior do Estado e parte foi levada para o Atlântico. O encontro destas duas massas ocorreu nas cabeceiras do Taquari (Antas, Prata, Carreiro). Tratam-se de rios de montanha sem quaisquer áreas varzeanas. As águas descem em velocidade e se espraiam onde houver várzeas. Estas no Taquari começam em Santa Tereza e envolvem Muçum, Encantado, Roca Sales, Arroio do Meio, Lajeado, Estrela e Venâncio. Estes locais receberam o ‘grosso’ das vazões.
Este é o cenário tirado dos relatórios do CEMADEM, do INPE, do INEMET e da NOAA.
Até agora pelo menos nada tem a ver com as comportas descritas pelo articulista do Jornal O Vale e que penso está entrando nas conversas das pessoas por aí.
Deixo para ti este resumo e podes publicá-lo se achares interessante OK?
A questão levantada por articulistas é muito simplista: se as comportas funcionarem tudo estará resolvido. Não!! O buraco é muito mais embaixo”.
É isto, obrigado.
Paulo.
Boa semana a todos!