“O que estou fazendo neste instante adiciona ou subtrai sofrimento?” O questionamento é do engenheiro, economista, empresário, palestrante e escritor Eduardo Moreira, do Instituto Conhecimento Liberta (ICL) que esteve em Arroio do Meio na quarta-feira, participando do ato solidário organizado por pastorais e movimentos sociais. Intitulado Missão Semente da Solidariedade, o ato realizado na comunidade de Forqueta Baixa contou com almoço e entrega de sementes, mudas e ramas em prol das famílias atingidas pela enchente na região. Serão 600 famílias beneficiadas em 11 municípios.
Eduardo Moreira, conhecido pelo seu ativismo em favor dos menos favorecidos, mencionou que o questionamento que abre o texto foi o que lhe trouxe paz de espírito. Disse que em todas as oportunidades em que presenciava situações desafiadoras, a exemplo da destruição provocada pela enchente da região, sentia-se culpado por não fazer mais para ajudar. E, a partir da pergunta, de colocar atenção naquilo que faz a todo instante considera que é possível que todos possam dar sua parcela de contribuição, a todos os cantos do mundo. “A gente está junto neste elo de solidariedade. Junto neste elo de compaixão e misericórdia”. Lembrou de São Francisco, celebrado na quarta-feira, dia 4 de outubro, que conseguiu, depois da conversão, deixar o coração depositado a todo instante no colo dos pequenos. “Eu acho que essa é uma boa maneira de levar a caminhada da vida. Deixar o coração depositado no colo dos pequenos”, disse, agradecendo pelo aprendizado, escuta, gestos, compartilhamento do sofrimento e, sobretudo, a esperança manifestada. “É inspirador para mim. Agradeço por ter conhecido mais uma realidade que eu não conhecia”. Ao comentar sobre o que vivenciou na região, já que também esteve em Muçum na manhã de quarta-feira e em encontro em Imigrante, na noite de terça-feira, Eduardo afirmou que uma casa desfeita é um lar destruído e uma história sacudida. Observou que em todos os lugares que vai aprende mais do que ensina.
SOLIDARIEDADE – O ato solidário contou com a presença de agricultores, representantes de entidades de classe, coordenadores de movimentos e pastorais sociais, padres, autoridades locais e simpatizantes. Toda a programação foi realizada a partir do simbolismo da força das sementes e dos agricultores, bem como de São Francisco. Nas falas, a importância da enorme rede de solidariedade que se formou a partir da enchente e necessidade de apoio mútuo para a reconstrução e superação de desafios. Também o desejo para que as sementes gerem bons frutos e alimentem, sobretudo, a esperança destas famílias. Ao final do evento, houve a bênção e entrega simbólica do material que será repassado para as famílias da região. A Missão Sementes de Solidariedade é uma ação do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Cáritas Brasileira – Regional Rio Grande do Sul, Movimento dos Atingidos por Baragens (MAB), Instituto Cultural Padre Josino, Koinós, Comissão Pastoral da Terra (CPT) e JPIC – Franciscanos do Rio Grande do Sul.