O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) divulgou o relatório com os dados dos prejuízos que a enchente deixou nas empresas de Arroio do Meio e região. No município, o valor das perdas chegou em R$ 34.998.776,00 nas áreas de indústria, comércio e serviços. Conforme o levantamento, o percentual afetado em relação ao número de estabelecimentos existentes é de 6%. De um total de 2.825 empresas cadastradas como Microempreendedor Individual, Microempresa, Empresa de Pequeno Porte e Outras, as impactadas ficaram em 177.
Os valores são resultado do questionário respondido por uma parcela de empresários organizado pela instituição em parceria com as entidades do setor dos municípios entre os dias 10 e 26 de setembro. Como nem todas os estabelecimentos participaram, os números podem ser maiores. No caso de Arroio do Meio, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e a Associação Comercial, Industrial e Serviços de Arroio do Meio (Acisam) auxiliaram para a coleta de dados com os empresários. Na última semana, foi organizado um mutirão na Acisam para os empresários relatarem as perdas após a tragédia.
O analista de projetos do Sebrae, Diego Zenkner, explica que os relatórios já foram entregues para as prefeituras. O próximo passo é aguardar a definição dos benefícios que o Sebrae irá proporcionar aos atingidos que responderam às perguntas. Um deles já está definido e é uma consultoria de emergência de cinco horas para a criação de um plano de ação com objetivo de ajudar os empresários a retomarem as atividades. Temas como prioridades, organização de contas e de estoque fazem parte do processo.
“Também vamos aguardar a definição de outros benefícios do Sebrae que estão por vir, pois ainda não batemos o martelo. Isso depende de encontros que ocorrerão em Brasília e de aprovação superior. De imediato, temos a consultoria, pois muitos perderam tudo. Assim, por meio das orientações, eles já têm uma ideia para a retomada e continuidade das atividades. Ainda buscamos apoio de outras entidades para auxiliar. Tem ainda algumas linhas de créditos que o governo irá apresentar.”
Zenkner observa que os impactos já são sentidos pelos estabelecimentos e os desafios são diferentes de acordo com cada município afetado do Vale do Taquari. “Uns sentem mais; outros, menos. Há aqueles que ainda aguardam uma retomada dos trabalhos e precisam ajustar contas, alugueis e aguardam os benefícios. Por exemplo, os estabelecimentos de Muçum e Roca Sales precisam também de apoio moral e motivacional, pois muitas pessoas estão desanimadas. Tem todo o lado de recuperação do negócio, da família, dos funcionários e da vida. Vamos atuar para que a retomada ocorra da melhor forma possível. Assim começam a faturar e vão crescendo para que possam chegar no patamar que era antes. O prejuízo é uma cadeia, pois quem deixa de faturar também não compra fornecedores e assim trava a economia, mas vamos trabalhar para engrenar novamente.”
RETORNO E FUNCIONÁRIOS
O levantamento realizado pelo Sebrae também questionou os empresários de Arroio do Meio sobre a expectativa de retorno para as atividades após a enchente. Segundo o que foi apurado, 46% já voltou a atender o público, 17% em até 15 dias após a tragédia, 19% de 15 a 30 dias, 9% em mais de 30 dias e 9% ainda não sabe.
Em relação ao número de funcionários por empresa atingida, 45% dos estabelecimentos possui de 0 a 1, 42% de 2 a 10, 5% de 11 a 19, 5% de 20 a 49, 2% de 50 a 99 e 1% das empresas entrevistadas contam com mais de 100 trabalhadores. Sobre as perdas, o número de 99 empresas participantes ficou com 57% de perdas, 63 estabelecimentos tiveram 36% de prejuízo e 11 empresas, o que representa 6% das que responderam, perderam tudo.