A dedicação à iniciação científica trouxe bons resultados para alunos do Colégio Bom Jesus São Miguel, de Arroio do Meio. Os meses de pesquisa e desenvolvimento de projetos renderam quatro premiações nas Feiras de Iniciação Científica do Ensino Fundamental (Ficef) e Médio (Ficem) modalidade presencial realizadas em 8 e 9 de novembro, em Curitiba. As feiras, que contaram com apoio do Sebrae e Renault, reuniram cerca de 300 trabalhos desenvolvidos por alunos das unidades do Grupo Bom Jesus localizadas em cinco estados brasileiros, além de uma escola pública estadual do Paraná. O projeto desenvolvido pelos alunos Gabriel Gaio Dorigon e João Alberto Nilsson Dalpian – ‘Redução de resíduos plásticos no acondicionamento de produtos de limpeza’ – foi duplamente premiado. Ficou com o 1º lugar na FICEF Categoria Vida e recebeu o Certificado Sebrae de Empreendedorismo, também na Categoria Vida.
O trabalho ‘Hidrogênio Verde’, desenvolvido por Bruno Arthur Schmitz, Héron Davi Majolo e Matias Scheid Warken, destacou-se na FICEM – Voto Popular, com 4.631 votos. Já o projeto ‘Os efeitos negativos das redes sociais de vídeos curtos’, desenvolvido por Gustavo Borscheid, Lívia Salvi e Lucas Schnorrenberger conquistou o Certificado Sebrae de Empreendedorismo, na categoria Sociedade, da FICEM. Os resultados são comemorados por toda a comunidade escolar. A gestora do Colégio Bom Jesus São Miguel, Maria Cristina Gabriel Gonzatti destaca que além dos alunos e professores, as famílias também vibraram. Inclusive, ressalta a importância de as famílias confiarem no colégio e proporcionarem a participação presencial dos 16 alunos da unidade de Arroio do Meio que tinham seus projetos selecionados.
“Só por estarem lá, de terem o trabalho selecionado e terem a oportunidade de conhecer outros trabalhos, de observarem como ainda podem melhorar os seus, já eram vencedores. Voltar com premiação é ainda mais satisfatório, pois além de validar a dedicação destes alunos, estimula para que outros se interessem pela iniciação científica”, avalia. A professora Joane Cord, que coordena o trabalho de iniciação científica no Bom Jesus São Miguel, ressalta a importância do evento e deseja retornar no próximo ano com mais alunos. “Nos encontros semanais trabalhamos desde questões básicas, como a elaboração de um currículo, até a estruturação de um projeto, com sua metodologia, pesquisa e todas as etapas anotadas no diário de bordo. É um trabalho muito recompensador porque percebemos a evolução, a dedicação e o potencial que eles têm. Além disso, a iniciação científica vai dando um direcionamento para o futuro, pois os alunos vão trabalhando seus projetos de acordo com as áreas que sentem afinidade. São livres para escolherem o assunto a ser desenvolvido”.
INESQUECÍVEL
Gabriel Gaio Dorigon e João Alberto Nilsson Dalpian comemoram as duas premiações, ao mesmo tempo que traçam planos para o futuro. Prestes a concluir o Ensino Fundamental, já sabem como vão aprimorar o projeto desenvolvido ao longo deste ano, quando se propuseram a reduzir o uso de embalagens plásticas na indústria de produtos de limpeza. Os adolescentes criaram um sachê refil de desinfetante concentrado, que pode ser diluído em água reutilizando a embalagem plástica para armazenar o produto, que mantém a mesma eficiência. O sachê, além de contribuir para a redução do uso do plástico, traz outros benefícios, como a redução do volume no transporte, o que facilita inclusive as vendas on-line, pelo custo menor de frete. Para o ano que vem Gabriel e João Alberto vão tentar pôr em prática a ideia inicial, que previa um refil biodegradável, gerando resíduo plástico zero.
Eles também trabalham com a possibilidade de transformar o desinfetante concentrado, que hoje é líquido, em sólido, seja em pastilha ou em pó granulado. Sobre a participação na feira em Curitiba e as premiações, resumem em uma palavra: inesquecível. Eles, que desenvolveram a maior parte do projeto fora da escola, principalmente em laboratório, consideram que a experiência como um todo foi enriquecedora. Avaliam que a participação na feira em Curitiba foi muito positiva também pelo alto nível dos trabalhos expostos e as muitas possibilidades que se abrem para a iniciação científica.