A noite de quarta-feira, dia 13, ficou marcada pela solenidade de entrega de título de cidadão marques-souzense a Marco Aurélio Lima Trindade, pelo trabalho desenvolvido na Associação Hospitalar Marques de Souza.
A lei legislativa foi aprovada em 27 de outubro de 2022, porém, o ato solene foi adiado por opção próprio homenageado que estava preocupado com a reincidência de casos do Covid-19. O projeto é de autoria dos nove vereadores e foi uma sugestão de Amenófis Stacke (Republicanos), em valorização dos serviços prestados de forma voluntária por Trindade na área da saúde e social, com busca de recursos, viabilização de projetos e conquista de apoiadores.
Marco Aurélio definiu o momento como gratidão. “Gostaria de agradecer a todos pela homenagem e dizer que me sinto muito feliz em ser nomeado cidadão marquesouzense”, destacou. Marco ainda lembrou que o trabalho realizado no hospital é um trabalho em conjunto. “A comunidade se uniu para juntos realizar as melhorias em nosso hospital”, se alegra.
A Presidente da Câmara, Sandra Scherer (PP), destacou a biografia do homenageado e sua dedicação e trabalho em prol da Associação Hospitalar Marques de Souza e do Lar Dona Dora. “Com ideias inovadoras está colaborando diariamente pelos avanços e também priorizando o bom atendimento da nossa população”, relatou. A presidente agradeceu o empenho em nome da comunidade marquesousense e lembrou que trabalhar em prol da saúde dignifica e traz realizações para quem realiza.
O prefeito Fábio Mertz, lembrou da infância, quando era vizinho da sogra de Marco Aurélio e brincava com seus amigos na granja da família Scheuer. Mertz também destacou o perfil de Marco Aurélio, sempre em busca do melhor para o hospital. O chefe do executivo ainda relembrou os vários encontros e reuniões no gabinete, para conversar sobre a saúde do município e quais as formas de ajuda possíveis. “O Marco Aurélio é uma pessoa incansável, com uma visão sempre à frente”, frisou. A sessão contou ainda com a reinauguração do espaço físico da Câmara de Vereadores, com mobiliário novo e mais moderno.
SAIBA MAIS
Trindade nasceu em 03 de janeiro de 1949, em Cachoeira do Sul. Filho de Geni Loureiro Trindade e Carlinda Lima Trindade, sendo o oitavo entre 11 irmãos. Aos 11 anos, a família transferiu residência para a cidade de São Borja, onde passou a adolescência.
Com o objetivo de continuar os estudos, foi morar na cidade de Porto Alegre aos 17 anos.
Em 1970, iniciou a atividade profissional em uma empresa de topografia, na Capital, sendo pela mesma transferido para a cidade de Altamira no Pará em 1973 onde a mesma demarcava os lotes para o assentamento dos colonos ao longo da rodovia Transamazonica.
Também em 1970 casou-se nesta cidade com Vania Scheuer Trindade. Após concluído o projeto, retornou a Porto Alegre. Com o avanço da colonização no norte do país, teve seus serviços contratados por uma empresa do Pará, para assumir a implantação do loteamento ao longo da rodovia Cuiabá-Santarém, acompanhando as obras, ficando primeiramente em Itaituba, seguindo para Santarém e depois Belém.
Em 1980, foi convidado para trabalhar na Funai, em Brasília, para delimitar e demarcar áreas indígenas. Em 1983, foi convidado pelo irmão Murilo, para auxilia-lo na administração de sua empresa, a Gráfica Trindade em Porto Alegre.
Ali permaneceu até sua aposentadoria, por 27 anos e, em 2010, optou por vir morar em Marques de Souza, terra natal de sua esposa, por não querer permanecer vivendo em um apartamento, num centro urbano grande. Queria estar com os pés na terra.
Em Marques de Souza, foi convidado pelo vizinho, Marino Kich, então secretário da Associação Hospitalar Marques de Souza a se associar a entidade. Marino já debilitado pela doença, não se sentia mais em condições de exercer o cargo e indicou o Marco para substituí-lo.
Ainda na gestão de Meljor Ritter, foi eleito vice-presidente. Infelizmente, Meljor adoeceu e ao falecer, Marco Arélio assumiu a presidência da entidade, cargo que ocupa até hoje.
De mente inquieta, empreendedora e inspirado no trabalho voluntário dos antigos moradores de Marques de Souza, fundadores desta instituição como Carlos Quinot, avô de sua esposa, passou a se dedicar em recuperar o hospital, via a importância que tinha para a comunidade local e da região e diante da realidade em que se encontrava, não tinha muita perspectiva em continuar, e antes que fossem fechadas as portas, foi em busca de recursos para o tornar viável, pois, em sendo um instituição beneficente, dependia dos recursos do governo pelo
atendimento ser pelo SUS que infelizmente não cobriam os custos. Sendo um visionário, viu na antiga casa dos médicos, uma forma de obter recursos para auxiliar a manter em pleno funcionamento o hospital, criando o Lar Dona Dora que foi inaugurado em 2022.