O Clube Esportivo Lajeadense tem um novo presidente. Marcos André Mallmann, o Marcão, toma posse na noite desta sexta-feira, 1º, junto do novo Conselho de Administração, em cerimônia na CBM Lajeado, a partir das 18h30min. A chapa única foi eleita em votação realizada no dia 13 de novembro, na Arena Alviazul.
Marcos Mallmann é natural de Picada São Gabriel, município de Cruzeiro do Sul. Em 1983, com 20 anos, mudou-se para Lajeado. Após tentar a carreira como jogador profissional do Lajeadense, decidiu seguir outros rumos. Em 1989, foi sócio-fundador da CBM, loja especializada em elétrica, iluminação, hidráulica, segurança, energia solar, ferramentas e automação, onde segue à frente até hoje.
Marcos já fez parte da diretoria do Lajeadense, em gestões diferentes. Na gestão 2020-2023, foi um dos vice-presidentes do Conselho de Administração. Prestes a completar 61 anos neste sábado, 2 de dezembro, Marcão assume um novo desafio: a presidência do clube pelo qual nutre um carinho desde jovem.
Confira entrevista com Marcos André Mallmann, novo presidente do Clube Esportivo Lajeadense.
Jornal O Alto Taquari
Qual a sensação de se tornar presidente do clube onde já atuou como jogador e por qual tem um carinho especial?
Marcos André Mallmann
Comecei a gostar do Lajeadense desde muito jovem, quando eu ainda morava no interior de Cruzeiro Do Sul, na Picada São Gabriel. O Lajeadense veio treinar, ali pelo ano de 1976, contra o Esporte Clube XV de Novembro, clube da minha comunidade. Ver os atletas profissionais foi um misto de alegria e admiração. Lembro bem, pois eu queria jogar contra e mostrar o meu potencial, mas infelizmente não foi possível naquela oportunidade. Posteriormente, fui procurado diversas vezes para treinar nos juniores do Lajeadense, mas nunca dava certo, porque eu tinha que trabalhar e ajudar a família desde muito cedo. Me restava torcer à distância.
Passado mais algum tempo, ganhei minha grande chance e pude jogar nos juniores do clube, e, logo em seguida, na equipe profissional. Mas foram tempos difíceis, você trabalhava durante o dia, para treinar à noite e jogar de noite ou aos domingos. Conforme os anos iam passando, percebi que o meu futebol não seria o suficiente para jogar em uma equipe maior. Optei então por parar de jogar profissionalmente e busquei colocação na iniciativa privada. Trabalhei por seis anos na Cooperativa Certel, empresa na qual aprendi muito do que sei hoje.
Em 2008, época em que o Lajeadense estava fechado, eu e um grupo de amigos decidimos reabrir o clube. Participei da diretoria até 2016, saindo naquele ano e retornando no fim de 2020, como vice-presidente do Conselho de Administração. Agora, estou eleito para ser o presidente do Conselho de Administração em 2024/2025/2026. A sensação é de orgulho por me tornar presidente da única equipe profissional de futebol do Vale Do Taquari. É um grande desafio, sabemos da responsabilidade que o cargo exige.
AT
Como surgiu a oportunidade para concorrer ao cargo de presidente do Lajeadense e o que o motivou para concorrer?
Marcão
O grupo de trabalho destes últimos três anos era formado por quatro vice-presidentes e o presidente do Conselho de Administração. Em uma das reuniões, o grupo decidiu dar continuidade ao trabalho de reestruturação do clube por mais três anos. Meu nome saiu por indicação e consenso dos demais colegas. Após falar com a família, analisar os prós e contras, eu decidi assumir esse desafio.
AT
Quais são as perspectivas e projeções do clube para a próxima temporada?
Marcão
Estamos trabalhando para montar uma equipe competitiva para 2024, sempre com os pés no chão. Quando subirmos, temos que estar preparados para o clube poder se manter na Primeira Divisão. Tudo tem o seu devido tempo.
AT
Já existem negociações em andamento ou concretizadas para a vinda de novos reforços?
Marcão
Estamos montando a comissão técnica, mas ainda não temos contrato assinado, faltam pequenos detalhes. A ideia é que até a posse do novo Conselho de Administração, possamos estar anunciando alguns nomes da comissão. Também já existem contatos com atletas, algumas negociações estão em andamento, mas nada concreto ainda.
AT
O que o senhor projeta para o Lajeadense até o fim do seu mandato em 2026?
Marcão
Gostaria que essa nova gestão pudesse realizar um trabalho de excelência, colocando as contas em dia e aumentando o número de associados. A meta é chegarmos a mais de 1000 associados, pois são eles que dão vida ao clube. Para termos uma equipe competitiva, dependemos de vários fatores, principalmente de uma diretoria focada em colocar as melhores práticas de gestão no clube, de um grande número de associados em dia para dar estabilidade financeira ao clube, e de patrocinadores que invistam na marca do Lajeadense para podermos contratar uma equipe competitiva, além da ajuda do setor público. O Vale precisa comprar a ideia, pois se o Lajeadense subir à elite do futebol gaúcho, todos ganham. A cereja do bolo, então, seria colocar a equipe na Primeira Divisão.