Na semana passada ouvi alguém dizer….” todos estão falando que você está feia”… Só nessa frase observamos a presença de indesejosos dois pronomes indefinidos e que fazem toda a diferença e podem provocar muitas confusões e, também, como o nome já diz, muitas indefinições. Vamos aos fatos: ainda sobre a frase acima, quem é esse ALGUÉM? Quem é esse TODOS? Pensa numa pessoa que, emocionalmente, já está abalada e no transtorno que isso pode causar já que não sobra nenhuma , nenhumazinha pessoa, que não esteja falando dela.
“Todos disseram que você é feia”. (é o fim do mundo então)!
Alguém quer ligar para você”. (Quando, quem, qual o motivo).
“Ninguém deve ter visto”. (Então não adianta nem investigar…)
“Tudo me irrita”. (Mas o que é esse tudo).
“Algo é preciso ser dito”. (Mas então diz o quê).
Esses são alguns dos leves comentários que podem surgir, após frases com muitos pronomes indefinidos. Percebo uma maior pronúncia deles, ultimamente, pois as pessoas não querem se expor, emitem opiniões vazias e, portanto, juntam outras palavras da língua portuguesa para compor o pacote fraco da língua portuguesa. Um caso bem emblemático de confusão e negativo, acaba de me ocorrer. O caso do NENHUM, depois de substantivo. Vide ao exemplo: Sujeito NENHUM, merece minha opinião. (Será mesmo?) Mais um exemplo o pronome QUALQUER é bastante pejorativo: Trata-se de uma mulher QUALQUER.
O cidadão entra numa loja e você pergunta: “Queres que eu lhe ajude”? A resposta vem e não tem como não soar grosseira: “Não quero NADA”! (Bom, então por que entraste na loja).
Os pronomes indefinidos existem, pois há algumas poucas situações que, de fato, não tenho como definir, são aqueles que se referem a terceira pessoa do discurso de forma vaga, imprecisa.
A compreensão que eu quero que tenhamos é a de que não dá para sair usando demais alguma classe de palavras, ainda mais quando ela não dá certezas e precisão no que queremos dizer ou escrever. O mundo já anda cheio de pessoas que se escondem para não falar, educadamente o que pensam,
As palavras existem e os pronomes indefinidos servem para ser pronunciadas e escritas, o que queria ser chamado atenção nesse texto é sobre o uso, sem noção, dos pronomes indefinidos apenas para culpabilizar os outros, para não se expor e criar atritos e fofocas. Precisamos não deixar a Língua Portuguesa ainda mais pobre do que ela já está.
Vale a leitura da crônica de Martha Medeiros, da Zero Hora, do fim de semana, quando ela fala também de uma classe de palavras, os advérbios de intensidade, usados em excesso e que provocam a banalização da Língua.
Vamos ter mais cuidado com o uso das palavras. Elas têm poder!