Chegamos à última semana de 2023. Perguntar se há motivos para comemorar significa acender um palito de fósforo perto de um galão de gasolina. É combustão garantida. Festejar ou lamentar depende do ponto de vista de cada um. É uma atitude pessoal, forjada em experiências vividas, valores e princípios que norteiam a vida de cada um. Aos 89 anos, Arroio do Meio teve um ano conturbado, para dizer o mínimo. As agruras climáticas são por demais conhecidas de todos nós. Basta andar pela cidade, como fiz outra vez no último sábado, para vislumbrar marcas que ficarão para sempre em nossa memória. E em dezenas de prédios, principalmente residências destruídas pelas águas do histórico rio Taquari. Há muito por fazer, ajudar, reconstruir, consolar e praticar a empatia na prática. Temos um potencial incrível. O turismo, para ficar em apenas um exemplo, surge como segmento que cresce, resultado das belezas naturais e da ousadia responsável de vários empreendedores de todos os tamanhos.
A pandemia, que assolou o mundo por dois anos com consequências sentidas até hoje, trouxe impacto menor no Vale do Taquari do que no resto do Rio Grande do Sul. As enchentes, no entanto, numa sucessão de incidentes destrutivos, impuseram duras perdas – materiais e humanas. Mais de meia centena de conterrâneos foram vitimados, prejuízos incalculáveis em nossa autoestima e perda de negócios cobrarão um alto preço por décadas. Reconstrução é a pedra de toque atualmente. Forjado pelo suor de alemães e italianos, principalmente, a região encontrará caminho para seguir adiante. Pode parecer um otimismo ingênuo ou piegas, mas é como a história se mostra ao longo da existência de nossos municípios. Precisamos, sim, de apoio mútuo, de união daqueles que nada ou pouco perderam. É fundamental olhar para aqueles que, nesta véspera de Natal e Ano Novo, passarão as festas com roupas doadas por desconhecidos. Muitos sequer terão um teto para confraternizar com seus filhos. Comprar um chocotone a mais da Tudesca, um refrigerante, um carrinho de plástico ou uma boneca ou uma peça de roupa para entregar pessoalmente fará muita diferença. É um gesto simples, mas de enorme significado. Se cada família ajudar outra teremos um Natal menos doloroso e um réveillon possível de superar. Amparar, ajudar, consolar, compartilhar. Gestos simples que farão toda a diferença neste final de 2023.