Mudar de emprego, de endereço/cidade, de estado civil, de hábitos de vida. Dizem que a única escolha imutável na vida é a do clube do coração. “Uma vez colorado/gremista… sempre colorado/gremista”, reza a lenda. Será? Tenho atravessado tempos turbulentos, fruto de transformações. Algumas voluntárias. Digo turbulentas porque é custoso deixar a “zona de conforto” para optar voo cego por céus desconhecidos. Esta época do ano pode ser cruel para alguns. É período de balanços, de sopesar escolhas, confrontar resultado e encarar o resultado dos 365 dias. Valeu a pena? Estive certo na revolução interna em busca de novas conquistas? Dezembro exibe gente mais estressada acima da média. Período de compras, intermináveis confraternizações, correria. Por vezes há alegria artificial. A era da ostentação, da obsessão em ser notado a qualquer custo exige ser bonito, elegante e frequentar lugares paradisíacos. O ano se encerra ali adiante. Ter saúde, lugar quentinho para dormir e o sufi ciente para comer e ter pequenos luxos é a felicidade. Parece piegas, mas há milhões em volta para ter, ao menos, um ou dois destes privilégios. Muitos perderam todo patrimônio. Além de afetos.
Todas as noites agradeço pelos filhos, emprego, saúde e outros presentes
Acordo cedo. É o momento de maior energia. Brotam ideias para aperfeiçoar o trabalho e as relações. Hora do chimarrão, cevado no capricho, que evoca lembranças de boas e antigas amizades que busco reativar sempre. Lembrar pessoas inspiradoras não tem preço, é bálsamo. E graças a Deus a lista de afetos é grande! Novos desafios espreitam 2024. É preciso cautela para as mudanças cada vez mais profundas do cotidiano. Relacionamentos, rotinas de trabalho, alertas de segurança. Tudo se renova e muda, nem sempre para melhor. Mudanças reservam armadilhas. Alguns aderem de supetão. Outros rechaçam, de pronto. É preciso parcimônia. Como dizia o velho Giba, “o bom senso está sempre no equilíbrio, nunca nos extremos”. Todas as noites agradeço pelos filhos, emprego, saúde e outros presentes com que fui agraciado em mais de seis décadas de vida. Olhar para dentro para reconhecer as dádivas que a vida nos proporciona é estímulo para seguir adiante. Ser grato é obrigação, compartilhar conquistas também.

