Alcançar o equilíbrio. Esta, talvez, seja a tarefa mais difícil de todas ao longo da vida. Isso vale para qualquer ambiente, tema ou situação enfrentada durante a jornada terrena. O motivo é simples: esta postura exige maturidade, quesito raramente conquistado antes da maturidade, apesar das exceções. O cotidiano é permeado de exemplos banais em que, à primeira vista, existem todas as condições para agir com sensatez. Sobre as relações humanas permitam uma reflexão perdida no túnel do tempo.
Aos 63 anos, sim, sou do tempo em que as enciclopédias reinavam quando o tema era acesso ao saber para os mortais comuns. Este acervo de conhecimento era precioso, um tesouro. Podia ser alcançado de duas maneiras: frequentando bibliotecas ou, mediante um significativo investimento financeiro, comprar os volumes para dispor deste acúmulo de informações a qualquer hora, em casa. Olhando de forma distraída parece um fenômeno digno de ficção científica, mas não faz tanto tempo assim. Esta impressão ganha ainda maior vulto diante da enxurrada de informações disponíveis através de um telefone celular.
Ou mesmo manuseando um relógio de pulso, aparelho que, entre outras funções, também marca as horas. No convívio social devemos cultuar a paciência, precioso atributo para exercitar a cortesia Apesar da avassaladora carga de conhecimento à disposição, através de várias ferramentas e plataformas, o evento não garante um entendimento proporcional entres seres ditos humanos. A facilidade de acesso parece gerar resultado contrário. Quanto maior o domínio de vários assuntos, mais exacerbada é a intolerância, turbinada pela impaciência, irritação e incapacidade de dialogar com os contrários. Um simples comentário, sobre ingênuo assunto na rede social é capaz de causar abalroamentos verbais marcados por ofensas pessoais. Perdemos a capacidade de agir em busca da convergência ou do enriquecimento de conheci[1]mento diferente do nosso. Gasta-se tempo e energia para atacar, profanar aspectos íntimos do antagonista, lançando mão de insultos inomináveis. Somente a educação, dentro e fora de casa, é capaz de reverter a espiral de virulência que assola o mundo. Em família, deve-se primar pelo exemplo, através do respeito com filhos e cônjuges. No convívio social, cultuar a paciência, atributo precioso para exercitar a cortesia. Só assim os filhos adotarão, em sala de aula, uma postura condizente com a gentileza na relação com os professores.